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ARGENTINA

Em meio à escalada da inflação, Argentina adota taxa básica de juros mais baixa. Entenda o que muda

Banco central do país anunciou hoje que vai trocar a taxa de referência Leliq, de 133%, por outra mais baixa, de 100% ao ano

Banco Central da ArgentinaBanco Central da Argentina - Foto: Reprodução/Instagram

O banco central da Argentina anunciou hoje que adotará uma nova taxa referencial de juros no país, que será de 100% ao ano. Na prática, apesar da aceleração da inflação, o país reduziu sua taxa básica de juros, a Leliq, que era de 133% ao ano. No entanto, a instituição financeira resolveu substituir a Leliq por uma outra taxa.

Sob o comando do novo governo de Javier Milei — diferentemente do brasileiro, o banco central argentino não tem autonomia em relação ao Executivo —, a instituição anunciou hoje o novo parâmetro de juros da principal ferramenta de política monetária.

A nova taxa substitui os leilões de letras de liquidez de títulos de 28 dias, as Leliq, utilizadas para determinar a taxa de referência, por operações compromissadas de um dia com uma nova taxa fixada pela que pagam os bancos para tomar empréstimos diários.

O novo padrão de referência será essa taxa de 100%, o que é visto por analistas como uma tentativa do governo de baratear o crédito e estimular a liquidez nos bancos argentinos, além de fortalecer a demanda por títulos de dívida do governo.
 

Logo após o anúncio do Banco Central, o governo argentino divulgou detalhes de um leilão de títulos em pesos com prazos de três anos.

— A adoção pelo banco central argentino de uma taxa de reposição de um dia como seu principal instrumento de política monetária é mais que apenas um ajuste operacional. Mostra que o banco central está confiante no choque inicial adotado pelo novo governo da Argentina, baseado em ajuste fiscal e desvalorização da moeda, vai evitar uma corrida para o dólar ou aumento da inflação adiante — analisou a economista Adriana Dupita para a Bloomberg. — Avaliamos que essa confiança é um pouco prematura.

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