Metrô do Recife

Em meio a incertezas, usuários enfrentam quarto dia da greve do metrô, na RMR

Quase 200 mil passageiros usam o Metrô do Recife diariamente

Greve dos metroviários Greve dos metroviários  - Foto: Júnior Soares / Folha de Pernambuco

Nesta segunda-feira (14), a paralisação dos metrovários em Pernambuco chegou ao quarto dia, desde que voltou, após três rodadas de negociação entre a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e a categoria.

Os profissionais lutam por 7% de reajuste salarial, mas a empresa oferece 3,4%.

A mobilização reflete nas quase 200 mil pessoas que, diariamente, precisam lidar com os problemas constantes no sistema de transporte público da RMR. 

As linhas especiais de ônibus, reforçadas pelo Grande Recife Consórcio de Transporte na última sexta (11), não resolvem a situação, segundo usuários do transporte público.

Que o diga Joelma Evaristo, fisioterapeuta, que aguardava por um ônibus no TI Barro, que possui linhas especiais. A meta dela era sair de Jaboatão para o Espinheiro, no Recife. Seria o primeiro dia de estágio dela na área, mas a falta do metrô impossibilitou a chegada ao trabalho.

“O estágio era das 9h às 11h. Já são 11h e eu não consegui chegar no estágio. Agora vou voltar para casa. Os ônibus não têm horário e nem ponto certo. Quando eu cheguei aqui, ainda tive que procurar onde estava a parada. Está muito complicado”, desabafou.

A opção de transportes alternativos, como aplicativos, por exemplo, passou longe das condições financeiras de Joelma.

“O valor do aplicativo está muito caro. Eu estou desempregada, consegui um estágio. Como eu vou ter dinheiro para aplicativo?!”, questionou.

Para o auxiliar de loja Jonas José, que também estava no Barro, a única alternativa para chegar em tempo hábil ao trabalho foi sair mais cedo de casa, visto que, de ônibus, segundo ele, o tempo de percurso quase triplica.

“Geralmente, eu saio às 10h30 de casa. Agora eu saio às 9h. Eu estou me acostumando aos poucos, porque é diferente um transporte do outro”, disse.

Niedja Cristina é recepcionista de um laboratório em Olinda. Ela é acostumada a pegar um metrô e um ônibus, todos os dias, na ida e volta do trabalho. Com a greve, a situação se complicou ainda mais. Segundo ela, são três ônibus para ir e mais três para voltar. Niedja esperava por um transporte coletivo, na Estação Joana Bezerra.

"Eu pego um ônibus indo para o Barro; de lá, pego outro para a Joana Bezerra e depois apanho outro para Olinda. O mesmo se repete na volta. Antes, eu levava 35 minutos, agora levo uma hora e meia. Eu ainda não me acostumei com essa rotina nada agradável", pontuou.

Pegar oito ônibus por dia já virou a rotina do cozinheio José Gueiros. Ele vai do Janga, em Paulista, RMR, para a Imbiribeira, Zona Sul do Recife, e precisou se atrasar para chegar ao trabalho.

"Nessa situação, eu vou chegar mais de meio-dia, principalmente por causa dessa chuva. Todo dia é uma novidade. Os ônibus param, quebrados. Eu presencio isso direto. Já vi muitos até que precisaram ser recolhidos para a garagem por causa de problemas até no elevador. Prejudica a nossa rotina do dia a dia. Fazer o quê? A gente tem que trabalhar".

O que diz o Sindicato dos Metroviários de Pernambuco?
Questionado pela reportagem da Folha de Pernambuco, a assessoria do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (Sindmetro-PE) disse, por meio de nota, que haverá assembleia, às 18h desta segunda (14), diante da Estação Central do Metrô do Recife, no bairro de São José, para definir os rumos da greve.

Ainda à noite, após a mobilização, um ônibus sairá com representantes da categoria rumo a Brasília. Na quinta-feira (17), eles vão se concentrar em frente ao Palácio do Planalto para pedir a não privatização do metrô e a aprovação do acordo coletivo de trabalho, que engloba reajuste salarial, melhores condições de trabalho, a garantia de estabilidade no emprego e a realocação dos funcionários em caso de privatização do metrô.

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