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Violência

Em protesto no Recife, ciclistas e entidades em defesa da mobilidade pedem mais segurança

Entre as pautas reivindicadas pelos ativistas, estão o reforço do policiamento e melhores condições de mobilidade para quem transita de bicicleta

Ciclistas organizam ato por mais segurança nas ruas Ciclistas organizam ato por mais segurança nas ruas  - Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco

Grupos de ciclistas e entidades em defesa da mobilidade urbana se juntaram, na noite desta terça-feira (10), para fazer um ato na área central do Recife. A manifestação teve como objetivo chamar atenção para a falta de segurança nas ruas da cidade. Segundo os organizadores, os casos de assaltos e furtos têm se tornado mais frequentes nas últimas semanas.

O protesto foi organizado por seis entidades ligadas ao ciclismo urbano: Associação Metropolitana de Ciclistas do Recife (Ameciclo), Bicicletada/Massa Crítica, Bicicletílicas, Cicloação, Enxame e Recife BiciPolo. Os manifestantes começaram a se concentrar por volta das 17h30 na Praça do Derby, de onde saíram em uma "bicicletada" até o Palácio do Campo das Princesas.

Inicialmente, estava prevista uma parada em frente ao prédio da Secretaria de Defesa Social (SDS), no bairro de Santo Amaro, mas o grupo acabou indo direto para a sede do Governo do Estado. Os ciclistas se dispersaram por volta das 20h30. 

Entre as pautas reivindicadas pelos ativistas, estão o reforço do policiamento e melhores condições de mobilidade para quem transita de bicicleta.

"O Estado de Pernambuco deveria ter cerca de 26 mil policiais. Mas hoje estamos com cerca de 16 mil, um déficit de 10 mil. O pior é que, desses 16 mil, parte está no setor administrativo e outros estão em tratamento médico, diminuindo o número de policiais nas ruas", afirma Leonardo Brasil, da União de Ciclistas de Pernambuco (Ucipe) e do Escritório da Bicicleta.

Os manifestantes lembram que os casos de violência têm sido comuns. Coordenadora da Ameciclo, Gaia Lourenço foi vítima de uma investida na última sexta-feira (6) quando pedalava com o namorado e uma amiga às 9h, entre a rua da Fundição e a avenida Mário Melo, no Centro da cidade.

"A gente olhou e não tinha ninguém. Ele [o assaltante] devia estar intocado em algum lugar. Veio e puxou a minha bolsa, que se arrebentou na hora e eu não caí. Ele seguiu pela Visconde de Suassuna. Eu consegui sair correndo gritando: 'Ladrão, ladrão'. Só que ele conseguiu chegar no sinal e dobrou para a Cruz Cabugá. Onde ele passou, tinha câmeras da SDS. Mas eu não consegui acessar as imagens", conta a ciclista, que registrou boletim de ocorrência, mas disse que não recebeu muita atenção da polícia na hora de fazer a denúncia.

Gaia está na Ameciclo desde a fundação do grupo, em 2013, e diz que o medo é uma realidade comum para os ciclistas. "Não é um episódio avulso. É um público-alvo padrão. Tem como parar isso. No meu caso pessoal, eu estou correndo atrás das coisas, mas a polícia não está se mexendo. Porque o que eu ouvi de um guarda é que, quando rola roubo de celular ou bicicleta, é [considerado] irrisório. Então, eles nem abrem investigação", relata.

Casos como o de Gaia foram denunciados nos últimos dias por outras mulheres que usam a bicicleta como meio de transporte pela cidade. Em todos os relatos, um homem de moto se aproxima, puxa a bolsa e vai embora rapidamente, provocando, muitas vezes, a queda violenta das vítimas.

 

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