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ONU

Em recado a Trump, chefe da ONU diz que países tomarão lugar de quem recuar em acordos climáticos

Secretário-executivo da entidade para Mudanças Climáticas, Simon Stiell afirma que transição energética se tornou lucrativa

O chefe do clima da ONU, Simon Stiell, faz um discurso durante a abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2024 (COP29) em Baku, no AzerbaijãoO chefe do clima da ONU, Simon Stiell, faz um discurso durante a abertura da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2024 (COP29) em Baku, no Azerbaijão - Foto: Alexander Nemenov/AFP

O secretário-executivo da ONU para Mudanças Climáticas, Simon Stiell, afirmou nesta quinta-feira que o “financiamento climático não é caridade” e que outros países ocuparão o lugar de nações que recuaram no processo de proteção ambiental. A declaração foi um recado aos Estados Unidos, que saiu do Acordo de Paris por decisão do presidente Donald Trump.

— O financiamento climático não é caridade — afirmou, completando: — Um país pode recuar, mas outros já estão se posicionando para tomar o seu lugar e colher as enormes recompensas: crescimento econômico mais forte, mais empregos, menos poluição e custos de saúde muito mais baixos, energia mais segura e acessível.

Em outro momento, Stiell defendeu que as mudanças climáticas afetam toda a população do planeta e que “nenhum país está seguro”.

Em janeiro, Trump anunciou a saída do país do Acordo de País, pacto contra o aquecimento global. Embora pelas regras das Nações Unidas leve um ano para que a saída do EUA entre em vigor, seus efeitos serão sentidos antes porque o fluxo de recursos deverá ser interrompido

— Mas não se enganem: ninguém está seguro, em nenhum país ou em nenhuma parte do espectro de rendimentos. Basta perguntar ao rico investidor em Los Angeles que recorreu às mídias sociais, implorando por bombeiros particulares para salvar sua propriedade, oferecendo-se para pagar qualquer quantia. Sua casa pegou fogo de qualquer maneira.

Ao longo de sua fala, Stiell defendeu o aumento do financiamento para ações climáticas e citou os US$ 1,3 trilhão estabelecidos em Baku.

— Imaginem se pudéssemos acertar as finanças; para começar, entregar o Roteiro de Baku para Belém para 1,3 trilhão de dólares - para que cada nação possa começar a atingir seu potencial máximo — afirmou.

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