América Latina

Embaixador da Colômbia na Nicarágua vai a julgamento por narcotráfico

A acusação chega em um momento tenso nas relações diplomáticas entre os dois países

CocaínaCocaína - Foto: Freepik/Reprodução

O atual embaixador da Colômbia na Nicarágua, León Fredy Muñoz, foi acusado, nesta terça-feira (27), de narcotráfico pela promotoria de seu país, que o acusa de ter transportado 346 gramas de cocaína em um voo doméstico em 2018.

Em 31 de maio de 2018, policiais do aeroporto de Medellín (noroeste) encontraram na bagagem de Muñoz uma sacola contendo 146 gramas de "uma substância derivada da cocaína", relatou a promotora Marlenne Orjuela Rodríguez, em uma audiência virtual perante a Corte Suprema de Justiça.

Em janeiro de 2020, investigadores encontraram outras 200 gramas de cocaína na maleta, segundo documentos da Corte.

A promotora pediu ao tribunal uma pena de prisão de 9 a 11 anos para o diplomata pelo crime de tráfico de entorpecentes.

O embaixador, que no momento de sua detenção era congressista eleito pelo Partido Verde, alega que a droga foi escondida em sua maleta por um grupo político rival.

A Corte Suprema, que assumiu o caso por ele ser um "alto funcionário", dará a sentença em outra audiência.

A acusação chega em um momento tenso nas relações diplomáticas entre os dois países.

O presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, disse na segunda-feira que seus contrapartes colombiano, Gustavo Petro, e brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, estavam "rebaixados" aos pés da União Europeia e dos Estados Unidos por não reconhecerem os resultados das eleições recentes na Venezuela.

"Pelo menos não rebaixo os direitos humanos do povo do meu país", reagiu Petro, nesta terça, na rede X.

León Fredy Muñoz foi libertado poucos dias após ser capturado e em seguida tomou posse como legislador da Câmara de Representantes para o período 2018-2022. Pouco depois da chegada de Petro ao poder, em setembro de 2022 foi nomeado embaixador na Nicarágua.

Durante a audiência desta terça-feira, o embaixador assegurou que "sequer conhecia a cocaína".

Em julho de 2023, a Chancelaria colombiana o convocou após sua participação em uma marcha de apoio ao presidente Daniel Ortega, em um momento em que os dois países aguardavam uma decisão da Corte Internacional de Justiça, em Haia, sobre o espaço marítimo das ilhas colombianas de San Andrés e Providencia.

A corte decidiu a favor da Colômbia.

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