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DIPLOMACIA

Embaixador de Venezuela deixa Paraguai após ruptura de relações com Caracas

Após a divulgação da notícia do rompimento de relações, dezenas de venezuelanos se amontoaram em vão diante da missão diplomática para avançar com seus trâmites de documentação

Bandeira do ParaguaiBandeira do Paraguai - Foto: Freepik/Reprodução

O embaixador venezuelano Ricardo Capella deixou o Paraguai nesta quarta-feira (8) na companhia de sua esposa e de outros cinco funcionários da sede diplomática em Assunção, após o rompimento de relações com o governo de Nicolás Maduro, observou a AFP.

"Agora, eles [os imigrantes venezuelanos] têm a oportunidade de perguntar ao governo do Paraguai que reconhece [o candidato opositor] Edmundo González", comentou o diplomata, referindo-se ao ex-candidato opositor que afirma ter vencido o pleito de julho e que vai tomar posse na sexta-feira.

"Que Edmundo González resolva os seus problemas", disse Capella à AFP antes de partir do aeroporto de Assunção com destino a seu país.

O presidente do Paraguai, Santiago Peña, deu um prazo de 48 horas ao diplomata para deixar o país depois que Caracas rompeu relações na segunda-feira, motivada pelo apoio de Peña a González Urrutia.

Após a divulgação da notícia do rompimento de relações, dezenas de venezuelanos se amontoaram em vão diante da missão diplomática para avançar com seus trâmites de documentação.

Muitos deles vieram de Argentina, Chile e Uruguai, onde tampouco há serviços consulares devido às tensões com a Venezuela, depois que Maduro se proclamou vencedor das eleições presidenciais em um processo eleitoral não reconhecido por Montevidéu.

Em declarações a jornalistas, alguns deram detalhes de seus esforços para chegar a Assunção.

O embaixador Capella disse que a sede diplomática mais próxima a que poderão recorrer a partir de agora será a que fica em La Paz, na Bolívia.

O diplomata acrescentou que a única pessoa com quem o presidente de Paraguai poderá conversar para resolver os problemas será a que estará no Palácio de Miraflores. "Quem vai ser o presidente? Nicolás Maduro", afirmou.

Ao ser questionado sobre as denúncias de perseguição do governo a seus compatriotas, o embaixador respondeu que "isso é mentira". "A Venezuela é um país livre que sempre caminha em busca da paz. Caminha atrás da paz", ressaltou.

A oposição venezuelana convocou manifestações para esta quinta-feira e denunciou prisões "arbitrárias", como a de Enrique Márquez, ex-candidato presidencial nas eleições de julho.

Maduro foi proclamado vencedor pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que nunca apresentou as atas das urnas para comprovar os resultados, alegando ter sido vítima de um ataque cibernético. A oposição, por sua vez, afirma que González Urrutia venceu com mais de 70% dos votos.

Ela apresenta como prova as atas emitidas pelas máquinas de votação, que González Urrutia levou ao Panamá em uma viagem internacional para que sejam guardadas em um cofre de seu Banco Nacional.

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