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Empresa chinesa movimentou 39% dos contêineres em portos panamenhos em 2024

Dos 9,5 milhões de contêineres, 39% passaram pelos portos de Balboa e Cristóbal, ambos operados pela Panama Ports Company

Dois navios de carga entram nas Eclusas de Miraflores do Canal do Panamá, na Cidade do Panamá, em 22 de janeiro de 2025. Dois navios de carga entram nas Eclusas de Miraflores do Canal do Panamá, na Cidade do Panamá, em 22 de janeiro de 2025.  - Foto: Martin Bernetti / AFP

A subsidiária da empresa chinesa Hutchison Holdings, que opera dois portos nas entradas do Canal do Panamá, movimentou 39% dos contêineres que passaram por cais panamenhos em 2024, anunciou nesta sexta-feira (24) a Autoridade Marítima do Panamá (AMP).

Dos 9,5 milhões de contêineres, 39% passaram pelos portos de Balboa e Cristóbal, ambos operados pela Panama Ports Company, subsidiária da Hutchison Holdings, segundo dados fornecidos à AFP pelo escritório de planejamento da AMP.

O restante é gerenciado, principalmente, por outros três portos com capital privado de Estados Unidos e Panamá, Taiwan e Cingapura, com 28%, 16% e 14% dos contêineres TEU (6 metros de comprimento).

A companhia chinesa opera desde 1997, sob concessão, Balboa e Cristóbal, portos por onde passaram 3,7 milhões de contêineres em 2024, segundo a AMP. A empresa portuária está no olho do furacão desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou "retomar" o Canal, porque, segundo ele, Pequim controla essa rota marítima, pela qual passam 5% do comércio mundial.

A controladoria do Panamá iniciou na última segunda-feira uma auditoria na empresa, para verificar se ela cumpre o contrato de concessão e reporta "adequadamente sua receita e seus pagamentos e aportes ao Estado".

"O Panamá continua sendo um hub-chave para o transporte de carga em contêineres nas Américas", devido à conexão de seus terminais portuários, destacou o diretor de Portos e Indústrias Marítimas Auxiliares da AMP, Max Flórez.

O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, argumenta que esses portos poderiam ser usados por Pequim para bloquear o comércio pelo Canal em caso de conflito com Washington.

Desde 1997, a Panama Ports Company opera - mas não toma decisões sobre o Canal - os portos de Balboa e San Cristóbal, sob uma concessão que foi prorrogada por 25 anos em 2021.

Construído pelos Estados Unidos e inaugurado em 1914, o Canal, de 80 km, tem os Estados Unidos e a China como seus dois maiores usuários.

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