Empresa chinesa movimentou 39% dos contêineres em portos panamenhos em 2024
Dos 9,5 milhões de contêineres, 39% passaram pelos portos de Balboa e Cristóbal, ambos operados pela Panama Ports Company
A subsidiária da empresa chinesa Hutchison Holdings, que opera dois portos nas entradas do Canal do Panamá, movimentou 39% dos contêineres que passaram por cais panamenhos em 2024, anunciou nesta sexta-feira (24) a Autoridade Marítima do Panamá (AMP).
Dos 9,5 milhões de contêineres, 39% passaram pelos portos de Balboa e Cristóbal, ambos operados pela Panama Ports Company, subsidiária da Hutchison Holdings, segundo dados fornecidos à AFP pelo escritório de planejamento da AMP.
O restante é gerenciado, principalmente, por outros três portos com capital privado de Estados Unidos e Panamá, Taiwan e Cingapura, com 28%, 16% e 14% dos contêineres TEU (6 metros de comprimento).
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A companhia chinesa opera desde 1997, sob concessão, Balboa e Cristóbal, portos por onde passaram 3,7 milhões de contêineres em 2024, segundo a AMP. A empresa portuária está no olho do furacão desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou "retomar" o Canal, porque, segundo ele, Pequim controla essa rota marítima, pela qual passam 5% do comércio mundial.
A controladoria do Panamá iniciou na última segunda-feira uma auditoria na empresa, para verificar se ela cumpre o contrato de concessão e reporta "adequadamente sua receita e seus pagamentos e aportes ao Estado".
"O Panamá continua sendo um hub-chave para o transporte de carga em contêineres nas Américas", devido à conexão de seus terminais portuários, destacou o diretor de Portos e Indústrias Marítimas Auxiliares da AMP, Max Flórez.
O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, argumenta que esses portos poderiam ser usados por Pequim para bloquear o comércio pelo Canal em caso de conflito com Washington.
Desde 1997, a Panama Ports Company opera - mas não toma decisões sobre o Canal - os portos de Balboa e San Cristóbal, sob uma concessão que foi prorrogada por 25 anos em 2021.
Construído pelos Estados Unidos e inaugurado em 1914, o Canal, de 80 km, tem os Estados Unidos e a China como seus dois maiores usuários.