Empresas ocidentais relatam ameaças da Procuradoria russa, inclusive de prisão
Companhias retiram executivos do país e foram avisadas de que podem ter seus ativos encampados por Moscou, segundo o WSJ
Companhias que anunciaram que estão deixando a Rússia emmeio à guerra na Ucrânia poderão ter seus ativos arrestados, enquanto empresários e executivos dessas empresas que criticarem Moscou poderão ser presos. As empresas foram advertidas por promotores russos na última semana, segundo fontes citadas em reportagem do Wall Street Journal.
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, empresas dos mais variados setores, de McDonals a Pepsi, anunciaram a suspensão de suas operações no país. Na última semana, Vladimir Putin já havia mostrado apoio à criação de uma lei para arrestar ativos desses grupos estrangeiros.
A lista de conglomerados que receberam a advertência inclui McDonald’s, IBM, Yum Brands (dona da rede de fast-food KFC). Há também ameaças de que as companhias sejam processadas.
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Com isso, haveria multinacionais retirando seus executivos da Rússia, com transferências para outros países, enquanto ao menos uma das companhias advertida suspendeu a comunicação de sua operação russa com a no restante do mundo, temendo interceptação de informação, relatam fontes ouvidas pelo WSJ.
Procurados pelo Wall Street Journal, IBM e McDonald’s não comentaram, enquanto a Yum apenas reforçou o comunicado de que interrompeu a operação das unidades KFC e Pizza Hut no país.
Ao todo, mais de 300 companhias estrangeiras já teriam anunciado que vão deixar ou suspender suas operações temporariamente em território russo, segundo levantamento feito pela Yale School of Management.
Na última sexta-feira, a Procuradoria russa ordenou “controle estrito” das empresas estrangeiras que anunciaram que estão suspendendo suas atividades no país, em resposta à invasão russa na Ucrânia. O órgão garantiu, em comunicado, que “reprimirá com firmeza” qualquer tentativa das empresas que deixem a Rússia “de não respeitar unilateralmente suas obrigações”.
O governo americano alertou contra o esforço de nacionalização de empresas estrangeiras. Jen Psaki, secretária de Imprensa da Casa Branca, disse pelo Twitter que qualquer decisão tomada por Moscou para encampar ativos dessas companhias poderia “resultar em ainda mais sofrimento econômico para a Rússia”.