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Polícia

Encontrados objetos pessoais de repórter britânico e indigenista desaparecidos na Amazônia

Os objetos foram encontrados submersos perto da casa do único detido até agora no caso, Amarildo da Costa Oliveira

A Polícia Federal da Amazônia investiga o desaparecimento de Dom Phillips e Bruno PereiraA Polícia Federal da Amazônia investiga o desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira - Foto: João Laet / AFP

Bombeiros encontraram no domingo (12) uma mochila e itens pessoais do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, desaparecidos há uma semana na Amazônia, informou a Polícia Federal no Amazonas.

"Na região onde se concentraram as buscas foram encontrados objetos pessoais pertencentes aos desaparecidos", afirma o comunicado da PF, que cita um cartão de saúde, uma calça, um chinelo e um par de botas pertencentes a Bruno Pereira, assim como um par de botas e uma mochila com roupas de Dom Phillips.

Anteriormente, o Corpo de Bombeiros do Amazonas havia informado à imprensa sobre a descoberta de objetos pessoais que poderiam pertencer aos desaparecidos, encontrados submersos perto da casa do único detido até agora no caso, Amarildo da Costa Oliveira.

A polícia disse que as equipes de busca, no sétimo dia de trabalho, percorreram cerca de 25 quilômetros com "com procuras minuciosas pela selva, em trilhas existentes na região, áreas de igapós e furos do Rio Itaquaí", em especial na área onde foi encontrado um barco que pertenceria a Oliveira.

Imagens divulgadas pela polícia no domingo mostram peritos trabalhando em pequenas canoas em uma área de vegetação alagada cercada por árvores.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Phillips, de 57 anos, colaborador do jornal britânico The Guardian, e Pereira, de 41, viajavam juntos de barco pela região do Vale do Javari, uma área remota no extremo oeste do estado do Amazonas, realizando entrevistas para um livro sobre preservação ambiental.

Eles foram vistos pela última vez na manhã de domingo, na comunidade de São Gabriel, não muito longe de seu destino, a cidade de Atalaia do Norte.

Testemunhas disseram que viram o pescador Amarildo Oliveira, de 41 anos, passar de lancha em alta velocidade na mesma direção que Phillips e Pereira, pouco antes do desaparecimento.

A Polícia Federal admitiu na quarta-feira que não descartava "nenhuma linha de investigação", incluindo homicídio.

De acordo com ativistas indígenas locais, Pereira sofria ameaças frequentes por sua luta contra invasões em terras indígenas.

Na viagem, ele atuava como guia para Phillips, que preparava um livro sobre conservação do meio ambiente nesta área localizada na fronteira com o Peru e a Colômbia, que abriga uma terra indígena protegida de 8,5 milhões de hectares.

No domingo, dezenas de pessoas, principalmente parentes e amigos, se reuniram na praia de Copacabana, onde o repórter praticava stand-up paddle todas as manhãs antes de se mudar para Salvador no ano passado com sua esposa, a brasileira Alessandra.

"No início nós tínhamos uma esperança louca. Pensei que tivessem percebido alguma coisa e de alguma forma ficaram na floresta. Agora já não", disse Maria Lucia Farias, de 78 anos, sogra do colaborador do jornal britânico The Guardian.

Mais tarde, segundo o jornal The Guardian, ela compartilhou no Instagram uma mensagem mais pessimista.

"Eles não estão mais conosco. A Mãe Natureza os arrebatou com um abraço de gratidão", disse ele. E acrescentou: "Suas almas se juntaram às de tantos outros que deram suas vidas em defesa da selva e dos povos indígenas".

O governo do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro é alvo de críticas de parentes e grupos indígenas pela demora em iniciar as buscas.

Bolsonaro, que descreveu a expedição de Phillips e Pereira como uma "aventura não recomendada", disse na sexta-feira durante a Cúpula das Américas que as Forças Armadas e a polícia realizavam uma "busca incansável" desde o primeiro dia.

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