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Engenheiro mexicano que 'cozinhava' metanfetamina para máfia chinesa é preso em SP

Mexicano ganhou mercado e, segundo as autoridades, se tornou o maior químico fabricante de metanfetamina do Estado de São Paulo

Operação Heisenberg investiga uma máfia chinesa responsável por inundar São Paulo com metanfetaminaOperação Heisenberg investiga uma máfia chinesa responsável por inundar São Paulo com metanfetamina - Foto: Divulgação/Denarc

Preso nesta sexta-feira, 17, pela Polícia Civil de São Paulo, o mexicano Guillermo Fabian Martinez Ortiz, conhecido como "Fantasma", abandonou a carreira como engenheiro químico em uma petrolífera do México para fabricar metanfetamina no Brasil. Na época, não havia produção em território nacional e a droga precisava ser importada de países vizinhos. Com o tempo, o mexicano ganhou mercado e, segundo as autoridades, se tornou o maior químico fabricante de metanfetamina do Estado de São Paulo

Estadão busca contato com a defesa.

Ortiz é investigado na Operação Heisenberg e era considerado foragido. Segundo as investigações, o mexicano "cozinhava" a droga em apartamentos na capital paulista. Além dele, foram presos Thiago Barcelos da Silva, o "Hacker", e outras duas pessoas - um chinês e um brasileiro.

Os policiais da 4.ª Divisão de Investigações sobre Entorpecentes, chefiada pelo delegado Fernando José Góes Santiago, apreenderam metanfetamina e um simulacro de arma de fogo durante as diligências. Os suspeitos foram autuados em flagrante pelo crime de tráfico de drogas.

A Operação Heisenberg investiga uma máfia chinesa responsável por inundar São Paulo com metanfetamina, em parceria com narcotraficantes mexicanos e nigerianos. Um dos líderes seria Zheng Xiao Yun, mais conhecido como Marcos Zheng, empresário que frequentava o Palácio dos Bandeirantes, acompanhando autoridades e banqueiros chineses em encontros com os então governadores Geraldo Alckmin e João Doria.

A investigação aponta que Ortiz e um comparsa mexicano, David Hazael Cruz Avila, assumiram o monopólio da produção da droga, enquanto chineses e nigerianos passaram a distribuí-la para festas e em baladas, criando um novo mercado para o uso da metanfetamina. Uma rede de garotas de programa era usada para entregar a droga aos clientes, ao mesmo tempo em que os atendiam em hotéis e motéis da cidade em sessões que podiam durar um dia inteiro.

A metanfetamina, também conhecida como chemsex ou chemical sex, o sexo químico, foi popularizada pela série Breaking Bad. O nome da investigação da Polícia Civil foi inspirado no programa. Heisenberg era o codinome usado pelo personagem Walter White, o professor de química que começa a produzir a droga no Novo México.

COM A PALAVRA, AS DEFESAS
Até a publicação deste texto, o Estadão buscou contato com as defesas, mas sem sucesso. O espaço está aberto para manifestação ([email protected], fausto.macedo@estadao com e [email protected]).

 

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