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Entenda a tecnologia e os objetivos da missão da Nasa até o asteroide Psyche

Espaçonave tem como destino o objeto a 3,5 bilhões de quilômetros de distância que pode oferecer pistas sobre o interior de planetas como a Terra

Foguete SpaceX Falcon Heavy solta espaçonave Psyche após decolagem na FlóridaFoguete SpaceX Falcon Heavy solta espaçonave Psyche após decolagem na Flórida - Foto: Reprodução/X

A Nasa lançou, na sexta-feira (13), uma missão rumo ao asteroide Psyche, um corpo feito de metal que até então não tinha sido estudado. Os cientistas acreditam que pode se tratar do núcleo de um antigo corpo celeste. A humanidade já visitou mundos feitos de rochas, gelo, ou gás. Mas, segundo Lindy Elkins-Tanton, gestora científica da missão, "esta será a primeira vez que o fará em uma região que tem uma superfície metálica".

Graças à luz refletida em sua superfície, os cientistas sabem que Psyche é muito densa e feita de metal, além de algum outro material, talvez rochas. "Não sabemos realmente como é Psyche", explicou a pesquisadora. "Costumo brincar que tem o formato de uma batata, porque as batatas têm vários formatos diferentes, então não estou errada".

Os cientistas pensam que Psyche, com mais de 200 quilômetros de comprimento, pode ser o núcleo de um antigo corpo celeste, cuja superfície foi arrancada por impactos de asteroides. A Terra, como Marte, Vênus e Mercúrio, tem um núcleo metálico. "Nunca veremos esses núcleos, são muito quentes e muito profundos", disse Lindy Elkins-Tanton. Segundo ela, a Psyche é, portanto, "a única maneira de ver um desses núcleos".

 

Decolagem com sucesso
A missão se iniciou conforme o planejado, com lançamento às 10h19m, horário local (11h19m no horário de Brasília), do Centro Espacial Kennedy, em Cabo Canaveral, na Flórida (Estados Unidos), a bordo de um foguete Falcon Heavy da SpaceX.

"O veículo segue uma trajetória nominal" disse um comentarista, durante a transmissão ao vivo da Nasa, poucos minutos após a decolagem.

A viagem será longa: Psyche está localizada na parte externa do cinturão de asteroides, entre as órbitas de Marte e Júpiter. A sonda da Nasa percorrerá cerca de 3,5 bilhões de quilômetros para chegar até lá, provavelmente no verão boreal (hemisfério norte) de 2029.

Vulcões, rachaduras, crateras?
Psyche se formou há cerca de 4,5 bilhões de anos, no nascimento do nosso sistema solar. É possível que tenha sofrido erupções vulcânicas, das quais restos podem permanecer na forma de antigos fluxos de lava.

Então, quando Psyche esfriou, sua contração pode ter causado a formação de enormes rachaduras. Os cientistas também estão ansiosos para saber como são as crateras de um corpo celeste metálico: o material impulsionado pelo impacto dos asteroides pode ter congelado no ar e formado espécies de pontas.

A sonda permanecerá em órbita ao redor de Psyche por pouco mais de dois anos para estudá-la, alternando entre diversas altitudes. Serão utilizados três instrumentos científicos: imagens multiespectrais para fotografá-lo, espectrômetros para determinar sua composição e magnetômetros para medir seu campo magnético.

Para se deslocar, a sonda também utilizará propulsores de Efeito Hall, uma novidade nas viagens interplanetárias. Esses motores utilizam a eletricidade fornecida pelos painéis solares da sonda para obter íons de um gás nobre (gás xenônio), acelerados pela passagem por um campo elétrico.

Eles são, então, ejetados em alta velocidade, "cinco vezes mais rápido que o combustível que sai de um foguete convencional", disse David Oh, engenheiro da Nasa. "É o tipo de coisa que vimos em 'Star Wars' e 'Star Trek', mas hoje estamos tornando o futuro uma realidade", disse ele.

A missão Psyche também testará um sistema de comunicação a laser, que deverá permitir a transmissão de mais dados do que comunicações por rádio.

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