Entenda como ocorreu o ataque que matou 21 soldados de Israel em Gaza
Dia mais letal para Exército israelense no enclave teve 24 baixas, sendo que 21 ocorreram em um mesmo incidente
O Exército israelense anunciou, nesta terça-feira (23), que 24 soldados morreram na Faixa de Gaza nessa segunda (22), sendo 21 deles em um mesmo incidente. Com isso, este passou a ser o dia com maior número de baixas para as tropas de Israel desde o início da operação terrestre no enclave palestino. Ao todo, 200 militares já morreram no conflito.
O incidente ocorreu a 600 metros do Kibbutz Kissufim, perto da fronteira com Gaza. As tropas estavam dentro de dois edifícios que seriam demolidos com explosões controladas. Membros do Hamas dispararam granadas propelidas por foguete (arma de mísseis disparada do ombro) contra um tanque que protegia o local e contra os prédios.
Conforme publicado pelo jornal israelense Haaretz, um dos mísseis teria atingido uma mina, que explodiu e causou o colapso dos edifícios com os militares dentro deles. Segundo o porta-voz das FDI, Daniel Hagari, os prédios foram designados para destruição porque estavam localizados na fronteira entre Gaza e as comunidades israelenses próximas.
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Ainda de acordo com Hagari, os 21 soldados, que eram reservistas, atuavam na remoção de edifícios e outras estruturas na região para que as pessoas pudessem voltar com segurança para suas casas no sul de Israel. Ele acrescentou que as equipes trabalharam por horas para conseguir encontrar e resgatar os feridos sob os destroços, e que as FDI investigam o caso.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que incidente foi “um dos dias mais difíceis desde o início da guerra”. “Desejo consolar as queridas famílias de nossos heroicos guerreiros que caíram no campo de batalha”, escreveu ele em comunicado. “Sei que as vidas dessas famílias serão mudadas para sempre. Lamento por nossos heróis caídos”.
Netanyahu acrescentou que as IDF iniciaram uma investigação sobre o caso para “aprender as lições necessárias e fazer tudo para preservar a vida de nossos soldados”. Ele continuou: “Em nome de nossos heróis, pelo bem de nossas vidas, não vamos parar de lutar até a vitória completa”.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, disse: “Uma manhã insuportavelmente difícil, na qual mais e mais dos nomes de nossos melhores filhos (...) estão sendo acrescentados aos túmulos dos heróis. (...) Mesmo nesta manhã triste e difícil, permanecemos fortes e lembramos que juntos venceremos”. O ministro da Defesa, Yoav Gallant, afirmou que “esta é uma guerra que determinará o futuro de Israel”.
Emboscada mais letal
Antes deste incidente, o ataque mais letal contra soldados de Israel havia ocorrido em dezembro, quando nove morreram. Os militares estavam no bairro de Shijaiyah, considerado uma das principais fortificações do Hamas no norte do enclave. Soldados da Brigada Golani, apoiados por forças blindadas e de engenharia, procuravam a entrada de algum túnel utilizado pelo grupo terrorista.
Na ocasião, um grupo de quatro soldados entrou em uma das torres e foi surpreendido por terroristas fortemente armados, que os atacaram com granadas e artilharia pesada. A ação forçou um segundo grupo de soldados a entrar no prédio, em uma tentativa de alcançar os companheiros atacados no lado de dentro. Os militares tentaram contato com o grupo inicial, mas não conseguiram estabelecer nenhum tipo de comunicação.
Imediatamente, os oficiais das brigadas em operação no local iniciaram procedimentos de emergência, diante do temor que o grupo inicial pudesse ter sido capturado. O foco seria administrar uma reação imediata e impedir que o Hamas fizesse novos prisioneiros militares, que costumam ter um peso de troca maior durante negociações de reféns.
Os soldados envolvidos na operação de resgate também foram recebidos sob forte fogo inimigo ao adentrarem o prédio. Durante o combate, dois militares das equipes de resgate foram atingidos e acabaram morrendo. Apesar disso, o grupo conseguiu avançar até o local onde a equipe inicial foi emboscada. Lá, constataram que todos os quatro haviam sido mortos.