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CLIMA

Entenda o que é o El Niño; fenômeno climático que provoca um aumento na temperatura

Segundo a Apac, o efeito desempenha um papel crucial na determinação das chuvas e temperaturas e é mais visível no Sertão

Fenômeno El NinõoFenômeno El Ninõo - Foto: Reprodução/MetSul

Fenômeno climático cíclico caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico Equatorial, o  El Niño têm influências significativas nas condições climáticas não apenas da região do Pacífico, mas também em escalas globais. No Nordeste brasileiro, esse evento desempenha um papel crucial na determinação das chuvas e temperaturas.

Segundo a Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), as condições climáticas na Região Nordeste são resultado de uma interação complexa entre o El Niño e o La Niña, efeito oposto que apresenta resfriamento anormal das águas do Pacífico, somadas às condições do Oceano Atlântico. "Quando temos um aquecimento na bacia do Oceano Atlântico, existem mais precipitações no Nordeste. No cenário oposto, com um clima mais frio, menos chuvas", explica o meteorologista da Apac Thiago do Vale.

O meteorologista explica que, neste momento, estamos passando por um enfraquecimento do El Niño, em transição para o La Niña, combinados a um aquecimento acima da média no Oceano Atlântico. "Essa combinação resulta em uma climatologia de chuvas mais variável, com períodos de temperaturas elevadas e eventos de chuvas intensas e extremas". Juntos, os fenômenos são conhecidos por alterarem a climatologia e as características do tempo na região e no planeta como um todo.

As previsões da agência para os próximos meses indicam que, com a transição de um fenômeno para o outro, as condições se tornarão mais favoráveis para chuvas a partir da metade do ano. No entanto, as características específicas das condições climáticas variam de acordo com as diferentes regiões do Nordeste.

"No Sertão de Pernambuco, onde o efeito do El Niño é mais visível, espera-se que as chuvas fiquem próximas ou abaixo da média, especialmente no início do ano. Já no Agreste e Litoral pernambucanos, onde a influência do Oceano Atlântico é mais predominante, as chuvas tendem a ficar dentro ou acima da média" completa o meteorologista.

De acordo com a meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) Morgana Almeida, tais alterações na temperatura das águas dos oceanos mudam a circulação geral da atmosfera e, com isso, há uma variação das áreas onde chove ou onde ocorre seca.
 



O El Niño, geralmente, está associado à diminuição das chuvas na Região Nordeste do Brasil e em parte da Região Norte, além do aumento das chuvas nas regiões Sul e Sudeste. 

O La Niña, por outro lado, faz com que chova mais nas regiões Norte e Nordeste e diminua na região Sul e no Sudeste. Na área central do país, esses efeitos não são tão bem definidos. "Como estamos em uma situação onde já tivemos o pico do aquecimento das águas do Pacífico, a tendência agora é de que elas resfriem gradativamente. Saindo de uma fase quente para a fase neutra, no outono, e no próximo inverno [começa em 20 de junho] deve migrar para o La Niña, com uma situação de resfriamento".

Morgana explica ainda que, apesar de cíclicos, os eventos climáticos não necessariamente ocorrem em paralelo a determinadas estações do ano. "Este ano, a fase neutra coincidiu com o outono e a de resfiamento, com o inverno. No entanto, dependendo do ano e do mês que se formam, podem coincidir ou não com determinada estação do ano, porém não há uma correlação direita".

Os órgãos de clima alertam que as condições climáticas são dinâmicas e sujeitas a mudanças ao longo do tempo. Por isso, é importante acompanhar e estar atento às previsões climáticas fornecidas pelas agências e institutos de monitoramento, como a Apac e o Inmet.

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