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Rio de Janeiro

Entregadora agredida por ex-atleta de vôlei se apresenta na delegacia por mandado de prisão antigo

"Estou sendo acusada injustamente", disse Viviane Maria de Souza, de 38 anos, ao chegar na 15ª DP (Gávea). O pedido está em aberto desde 2017 pelo crime de tráfico de drogas

Mulher agride grupo de entregadores, no Rio de JaneiroMulher agride grupo de entregadores, no Rio de Janeiro - Foto: Reprodução

A entregadora Viviane Maria de Souza, de 38 anos — que aparece no vídeo que viralizou, em que o também entregador Max Angelo dos Santos é chicoteado pela ex-atleta e professora de vôlei Sandra Mathias Correia de Sá — se apresentou voluntariamente à 15ª DP (Gávea) na manhã desta segunda-feira (24). Ao contrário do colega, ela não registrou ocorrência contra Sandra. Contra ela há um mandado de prisão em aberto desde 2017, expedido pela Justiça de São Paulo pelo crime de tráfico de drogas, que consta no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP). Aos prantos, Viviane chegou à delegacia às 10h e afirmou ser inocente da acusação.

"Para mim, tem sido o pior dia da minha vida. Estou aqui porque quero Justiça, essa mulher (Sandra) acabou com a minha vida. Eu vim por livre e espontânea vontade. Eu sou inocente, estou para falar para todos. Mais uma vez estou sendo acusada injustamente. Minha advogada vai provar minha inocência" Movimento LGBT Rocinha e São Conrado.

Ela continuou:
"Abalou meu psicológico, vítima de homofobia, eu não conseguia comer, tomar banho, até contra a minha vida eu tentei por causa dessa mulher" concluiu Viviane antes de entrar na delegacia.

Em entrevista por telefone ao Globo no último dia 20, Viviane afirmou ser usuária de drogas e alegou que a acusação por tráfico foi "uma armação". De acordo com a entregadora, o caso aconteceu quando ela saiu de sua cidade natal, Conchas, e foi à vizinha Laranjal Paulista comprar a droga, segundo ela, para uso próprio. Nesta segunda-feira, ela chegou à unidade acompanhada da sua advogada, Prisciany Sousa.

"Ela está se colocando à disposição da autoridade policial, isso é força de vontade dela, até para demonstrar que é trabalhadora, cidadã de bem. Se tiver alguma pendência (com a Justiça), responderá sobre isso" explicou Prisciany, que observou que sua cliente se apresentou voluntariamente à 15ª DP (Gávea), e pretende registrar uma ocorrência contra Sandra Mathias de Sá, coisa que não tinha feito inicialmente.

Diferentemente de Max Ângelo dos Santos, seu colega de profissão, Viviane optou, desde o início, por não comparecer à delegacia para prestar queixa contra Sandra Mathias. Ao GLOBO, ela alegou que "não estava bem" após o ocorrido, acrescentou que não tinha "cabeça" para ir em delegacia, que tinha medo e não desejava se envolver em problema. Desde o ocorrido, Policiais da 15ª DP (Gávea), responsável pelas investigações das agressões envolvendo Sandra, tentaram diversas vezes intimar Viviane para prestar depoimento, mas não conseguiam localizá-la. Ela comparece a delegacia nesta segunda-feira, 15 dias depois do caso de agressão sofrido pela ex-atleta de vôlei.

A entregadora foi mordida na perna e conta ter precisado se esconder na estação do metrô de São Conrado para se desvencilhar de Sandra. A confusão teria começado, segundo Viviane, após a ex-atleta cuspir no chão enquanto passeava com o cachorro.

Viviane de Souza chegou a fazer uma vaquinha virtual para “ajudá-la a reconstruir sua vida”, que, na manhã desta segunda-feira, já tinha acumulado R$ 12,7 mil.

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