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SAÚDE

Epidemiologista do King's College London polemiza ao afirmar que beber vinho faz bem para a saúde

Segundo o especialista, ter moderação é fundamental para apaziguar qualquer sinal negativo que a pessoa possa ter com o consumo

Vinho tinto Vinho tinto  - Foto: Freepik/Reprodução

O cientista nutricional e professor de epidemiologia genética do King's College London, Tim Spector, afirma que desfrutar de um ou dois copos de vinho pode até ser “benéfico” para a saúde. Spector esclareceu que seu endosso era para o consumo 'ocasional'.

"De acordo com alguns, ao defender meu copo de vinho tinto à noite, estou de alguma forma dando luz verde ao álcool como uma bebida saudável para todos tomarem todos os dias. Não é minha opinião profissional que sempre será a necessidade de equilíbrio”, afirma.

Ele explica que o álcool é um veneno. “Muitas pessoas ficam viciadas e sofrem consequências significativas para a saúde. Não há absolutamente nenhuma dúvida sobre isso”, porém, Spector destaca estudos científicos que sugerem que o vinho tinto, ao contrário de outras bebidas alcoólicas, traz alguns benefícios à saúde, especialmente ao coração.

"Além dos polifenóis, não devemos subestimar os benefícios sociais de tomar uma bebida com os amigos. Isto é especialmente verdade à medida que envelhecemos, existem fortes ligações entre boas redes sociais e diminuição do risco de mortalidade. No Ocidente, enfrentamos uma pandemia de solidão e, para alguns, uma bebida com os amigos pode ser uma verdadeira tábua de salvação”, diz.

O especialista ainda assim diz que a moderação é fundamental.

“Se você beber vinho tinto com moderação e ter dias sem álcool, quaisquer impactos negativos provavelmente serão relativamente menores, especialmente quando você leva em consideração os benefícios dos polifenóis e da conexão social”, diz.

Vinho tinto e saúde
O principal responsável pelo efeito protetor do vinho tinto na saúde são os polifenois, em especial o resveratrol. No corpo humano, esses compostos atuam principalmente no combate aos radicais livres, as moléculas que causam o envelhecimento. Por outro lado, o vinho tem um componente extremamente prejudicial que pode anular todos os benefícios já creditados a ele: o álcool.

Os benefícios do consumo de vinho tinto para a saúde cardiovascular sempre foram creditados a uma molécula chamada resveratrol. A substância antioxidante, que vem da casca da uva, teria ação preventiva de danos aos vasos sanguíneos, reduziria o colesterol e diminuiria as chances de coágulos sanguíneos.

O resveratrol de fato tem muitos benefícios para a saúde, mas evidências científicas recentes mostram que não apenas não há benefício cardiovascular em beber álcool, mas isso também pode aumentar o risco de problemas cardíacos.

Hoje, cada vez mais pesquisas mostram que até mesmo uma dose por dia pode aumentar a probabilidade de desenvolver condições como pressão alta e um ritmo cardíaco irregular, ambos os quais podem levar a AVC, insuficiência cardíaca ou outras consequências para a saúde.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras outras agências de saúde, nenhuma quantidade de álcool é segura, independentemente de você estar bebendo vinho, cerveja ou bebidas destiladas.

Mesmo assim, médicos nem pesquisadores sugerem uma "proibição" do consumo de vinho ou de outras bebidas alcóolicas - ao menos não para pessoas saudáveis. Em vez disso, as principais diretrizes de saúde recomendam o consumo moderado, que corresponde a uma dose de álcool por dia para mulheres e duas para homens. Uma dose padrão equivale a 14g de álcool puro, o que corresponde a 150 ml de vinhos com teor alcoólico de 12%.

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