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Equador amplia racionamento de energia de oito para 14 horas diárias

O Equador, com 17 milhões de habitantes, precisa de 4.600 MW e enfrenta um déficit de 1.600 MW

O presidente do Equador, Daniel NoboaO presidente do Equador, Daniel Noboa - Foto: Rodrigo Buendia/AFP

O Equador ampliará os cortes de energia elétrica de oito para 14 horas por dia a partir desta sexta-feira (25) devido à pior seca que o país enfrenta em seis décadas, a medida mais severa adotada desde o início do ano, anunciou a ministra de Minas e Energia, Inés Manzano.

"Tomamos a dolorosa, mas responsável, decisão de modificar o plano de racionamento, aumentando de oito para 14 horas diárias", afirmou a ministra em um vídeo publicado nas redes sociais.

Ela acrescentou que o programa de apagões será examinado no domingo.

Devido à seca, que este ano reduziu os reservatórios das hidrelétricas que cobrem 70% da demanda nacional de energia a índices mínimos históricos, o país adotou racionamentos periódicos de até 13 horas por dia, como aconteceu em abril.

Na segunda-feira, a atual fase de cortes, que já dura um mês, foi reduzida de 10 para oito horas diárias e deveria ser reajustada para seis horas a partir da próxima segunda-feira, antes de cair para quatro horas na primeira semana de novembro.

"Enfrentamos uma crise dinâmica e sem precedentes que nos obriga a uma adaptação a cenários de mudança", disse Manzano, antes de acrescentar que "tomamos esta decisão dura com base na difícil situação climática".

O Equador, com 17 milhões de habitantes, precisa de 4.600 MW e enfrenta um déficit de 1.600 MW.

"Toda a América do Sul enfrenta uma seca sem precedentes e o Equador não é exceção. Vários países têm cortes de energia elétrica e todos vimos com espanto as imagens do rio Amazonas seco", disse a ministra.

A confederação empresarial afirma que as perdas provocadas pelos apagões chegam a 12 milhões de dólares (67,9 milhões de reais) por cada hora de interrupção.

A ministra da Energia destacou que o "principal problema", que provoca o racionamento, é a vazão reduzida "em limites históricos" para a operação das hidrelétricas de Mazar (sul andino) e Coca Codo Sinclair (na Amazônia), as mais importantes do país.

Ela disse que o governo "compreende a situação que vivem os equatorianos", que há vários anos também enfrentam uma crise de segurança devido à violência dos grupos de narcotraficantes vinculados a cartéis internacionais como o de Sinaloa.

O Equador, localizado entre o Peru e a Colômbia, os maiores produtores mundiais de cocaína, virou uma das nações mais violentas da região.

Os homicídios subiram de seis para cada 100 mil habitantes em 2018 para o recorde de 47 para cada 100 mil pessoas em 2023, segundo dados oficiais.

Entre janeiro e outubro desde ano, as apreensões de drogas bateram um novo recorde, de 232 toneladas, contra 219 toneladas em 2023.

Há uma semana, o presidente Daniel Noboa anunciou que o governo pretende incorporar quase 1.600 MW ao sistema nacional de energia, entre novembro e o primeiro trimestre de 2025, através da geração térmica e da operação de outra central hidrelétrica.

Com a crise hídrica e seus efeitos, 20 das 24 províncias equatorianas estão em alerta vermelho.

A seca também provocou quase 3.600 incêndios florestais, com impacto no abastecimento de água potável e problemas na produção agrícola e nas telecomunicações.

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