SAÚDE

Equador declara emergência sanitária devido a surto de gripe aviária

Cerca de 180 mil aves serão abatidas para impedir disseminação da doença; período de alerta dura 90 dias

GalinhasGalinhas - Foto: Pixabay

O Equador declarou uma emergência de saúde animal por um período de 90 dias depois de detectar um surto de gripe aviária em fazendas no país, disse o Ministério da Agricultura e Pecuária.

“Durante os próximos 90 dias não será possível mobilizar aves, produtos e subprodutos de origem aviária como ovos, galinhas, galinhas, entre outros, das explorações afetadas pelo surto”, anunciou o ministério em comunicado.

O primeiro caso altamente patogênico do vírus H5N1 foi detectado há três dias na província de Cotopaxi. “No foco detectado, há apenas 0,15% da população avícola do país”, porém o total inclui cerca de 263 milhões de frangos e cerca de 16 milhões de galinhas poedeiras, aquelas destinadas à produção de ovos.

Para conter a propagação da doença, as autoridades ordenaram o abate de cerca de 180 mil aves das granjas afetadas. A gripe aviária é uma doença que não tem cura nem tratamento, causa alta mortalidade em aves silvestres e domésticas como patos, galinhas, galinhas, perus, entre outras.

Um dos receios é a transmissão do vírus de animais para humanos, eventos que já foram registrados de forma pontual. Porém, ainda sem indicarem risco de disseminação entre pessoas.

Apesar do surto, o ministro da Agricultura, Bernardo Manzano, destacou que “o consumo de ovos e carne de frango está garantido”. O setor avícola no Equador gera anualmente cerca de 1,8 milhões de dólares e cerca de 300 mil empregos.

Entre janeiro e novembro no país, as granjas avícolas produziram 495 mil toneladas de carne de frango e 3,812 milhões de ovos, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária.

Doença acende alerta
Recentemente, o Peru registrou mais de 13 mil aves marinhas, a maioria pelicanos, mortas pelo vírus H5N1 em parte de sua costa e áreas naturais protegidas, segundo o Serviço Nacional de Florestas e Vida Selvagem (Serfor).

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) manifestou sua preocupação e emitiu um alerta de que, com a migração sazonal das aves, a doença pode atingir a América Central e do Sul.

Segundo a organização, as nações devem estar “em alerta máximo para mortalidade de aves silvestres e surtos ou mortalidade incomum em aves”, destacando a rápida disseminação do vírus na América do Norte.

“Dado o início da próxima migração de outono de muitas espécies de aves da América do Norte para a América Central e do Sul, o risco de introduções de HPAI (gripe aviária altamente patogênica, em inglês, sigla utilizada para o H5N1) aumenta em áreas atualmente não afetadas. É importante que os países e territórios das regiões da América Central e do Sul preparem e fortaleçam suas medidas de detecção precoce, diagnóstico adequado e resposta precoce, tanto em aves silvestres quanto em aves de capoeira (de criação)”.

O comunicado destaca ainda que, desde 2020, há uma onda intercontinental sem precedentes do H5N1, já atingindo mais de 70 países. Segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle das Doenças (ECDC), o surto atual é o maior da doença já registrado no continente.

Nesses dois anos, 18 dos países relataram a presença do vírus pela primeira vez. Além dos impactos econômicos no abate de animais, a propagação do microrganismo facilita a sua evolução e os riscos de uma possível mutação que permita uma mais fácil transmissão a humanos.

Veja também

Presidente do Irã diz que pode retomar contato com os EUA, se país voltar ao acordo nuclear
IRÃ

Presidente do Irã diz que pode retomar contato com os EUA, se país voltar ao acordo nuclear

Os Mercedes: família salvadorenha sofre com gangues e governo
gangues

Os Mercedes: família salvadorenha sofre com gangues e governo

Newsletter