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Equador declara estado de emergência em cinco províncias devido ao aumento da violência

Taxa de homicídios no país, em 2023, subiu para um recorde de 43 por 100 mil habitantes, enquanto em 2018 era de 6

Militares no Equador em operação contra traficantes Militares no Equador em operação contra traficantes  - Foto: Ecuadorean Armed Forces/AFP

O presidente do Equador, Daniel Noboa, declarou nessa terça-feira estado de emergência, durante 60 dias, em cinco províncias costeiras do país devido ao “aumento das hostilidades” do crime organizado, que impõe o terror nas ruas.

A declaração baseia-se “na necessidade de realizar operações de combate tático contra grupos armados organizados” em El Oro, Guayas, Los Ríos, Manabí e Santa Elena, afirma o decreto publicado no site da Presidência.

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O documento acrescenta que nessas províncias está suspenso o direito à inviolabilidade do domicílio, o que permitirá às Forças Armadas e à polícia realizar inspeções e buscas com vistas à captura de "pessoas pertencentes a grupos armados organizados".

Noboa, 36 anos, declarou o país em conflito armado interno em 9 de janeiro e chamou de “terroristas” vinte gangues criminosas que têm ligações com o tráfico de drogas. Isso permitiu-lhe deslocar as Forças Armadas para prisões, consideradas centros de operações do crime organizado e palco de massacres sangrentos em que morreram cerca de 460 reclusos desde 2021.
 

Para alimentar sua luta, o presidente realizou uma consulta popular, no dia 21 de abril, em que os equatorianos deram sinal verde à extradição de compatriotas, ao aumento das penas para delitos relacionados ao crime organizado e ao uso, pela força pública, de armas apreendidas em operações, entre outras questões.

O estado de emergência nas cinco províncias será prorrogado por 60 dias.

Dias antes da consulta popular, dois prefeitos de cidades do sul do país foram baleados, resultando em pelo menos uma dezena de políticos assassinados desde 2023.

O Equador, localizado entre a Colômbia e o Peru – os maiores produtores mundiais de cocaína –, há anos deixou de ser uma ilha de paz para se tornar um ponto estratégico para gangues ligadas ao tráfico de drogas.

A taxa de homicídios no país em 2023 subiu para um recorde de 43 por 100 mil habitantes, enquanto em 2018 era de 6, segundo dados oficiais.

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