Equador decreta estado de exceção após fuga de líder da maior facção criminosa do país
Anúncio foi feito pelo presidente equatoriano, Daniel Noboa, em sua conta no Instagram
O presidente do Equador, Daniel Noboa, anunciou nesta segunda-feira que decretou estado de exceção para todo o país, incluindo o sistema penitenciário, após a fuga do chefe da maior quadrilha criminosa de um presídio em Guayaquil (sudoeste).
"Acabo de assinar o decreto de estado de exceção para que as Forças Armadas tenham todo o apoio político e legal em seu agir" nas ruas e centros de reclusão, disse o mandatário em sua conta no Instagram.
Fito, líder da principal facção criminosa do Equador, conhecida como Los Choneros, teria fugido "horas antes" de uma operação de revista no domingo no presídio onde cumpria pena, indicou o secretário de Comunicação do governo, Roberto Izurieta, nesta segunda-feira.
O mais provável, [é que] houve infiltrações e em questão de horas antes [da operação], disse o funcionário em entrevista ao canal Teleamazonas sobre o momento em que Adolfo Macías, também conhecido como Fito, ‘desapareceu’.
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No domingo, o comandante da Polícia, general César Zapata, admitiu que "pôde-se perceber a ausência de um dos detentos" com a entrada da força pública em uma penitenciária do porto de Guayaquil (sudoeste), onde Fito deveria estar.
O Ministério Público abriu uma investigação pela "suposta fuga" do líder de Los Choneros, a mais temida do Equador, que disputa violentamente as rotas do narcotráfico com outros grupos criminosos. Fito, que estava preso na Prisão Regional de Guayaquil, cumpria, desde 2011, uma pena de 34 anos por crime organizado, narcotráfico e homicídio.
O secretário de Comunicação do governo indicou que "a força do Estado está a postos para encontrar esse sujeito extremamente perigoso". Izurieta lamentou que "o nível de infiltrações" dos grupos criminosos no Estado "é muito grande" e tachou de "falido" o sistema penitenciário equatoriano.
Veículos de imprensa locais reportaram que, nesta segunda-feira, ocorreram incidentes em várias prisões do país, inclusive com retenção de agentes penitenciários. As autoridades ainda não se pronunciaram.
Na pequena prisão conhecida como El Inca, no norte de Quito, houve a entrada de um forte contingente policial, enquanto militares protegiam o lado de fora, constatou um jornalista da AFP.
A última vez em que Fito foi visto foi em setembro, quando havia sido temporariamente enviado a outra prisão de segurança máxima de Guayaquil depois do assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio.
À época, apareceu em fotos obeso, com cabelo e barba grandes. Milhares de militares o vigiavam, em uma das maiores operações militares e policiais que o ex-presidente Guillermo Lasso (2021-2023) realizou naquela penitenciária.