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Equador revoga visto de jornalista cubana por "atacar a segurança do Estado"

O governo não especificou quais ações de Santiago foram consideradas um ataque à segurança

A jornalista cubana Alondra Santiago fala durante seu programa de streaming em QuitoA jornalista cubana Alondra Santiago fala durante seu programa de streaming em Quito - Foto: Rodrigo Buendia/AFP

O governo do Equador anulou o visto por tempo indeterminado concedido à jornalista cubana Alondra Santiago por atos que ameaçam a segurança do Estado, determinando também sua deportação, informou a Chancelaria nesta terça-feira (25).

A revogação do visto foi solicitada pelo Ministério do Interior, que determinou que Santiago, que mora no Equador há duas décadas, "cometeu atos que ameaçam a segurança pública e a estrutura do Estado", segundo uma resolução do vice-ministério da Mobilidade Humana emitida na segunda-feira.

A jornalista faz parte do canal digital Ingo, no qual transmitiu há quase um mês o videoclipe "¡Salve, oh patria!", título do hino do Equador, que cantou tocando ukulele e intercalando versos nos quais criticava o presidente Daniel Noboa.

"Este é o nosso hino, mas o presidente não sabe nem cantá-lo, nem aprende. Ele só está interessado em parecer mais alto, mas não tem sapatos suficientes para governar", cantou.

Noboa, que tomou posse em novembro para governar durante 18 meses depois de ter sido eleito em eleições antecipadas, foi com sapatos de sola grossa à Assembleia Nacional no dia 24 de maio para apresentar o seu relatório de trabalho.

"O que antes era uma notícia falsa, hoje tornou-se realidade. Recebi uma notificação de 'revogação de visto' da Chancelaria. Isto é, sem dúvida, um ataque à liberdade de imprensa/expressão", escreveu Santiago em sua conta na rede social X.

A jornalista acrescentou que "este governo quer me silenciar a todo custo, mas NÃO ficarei calada. Essa nunca foi uma opção".

Santiago disse à AFP que irá aos órgãos nacionais e internacionais para defender seus direitos face à decisão de Quito de retirar o seu visto. De acordo com a resolução, ela deverá ser deportada por meio de um processo administrativo conduzido pela autoridade de Migração, que pode começar em cinco dias.

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