Equador terá eleições gerais antecipadas em 20 de agosto
Há uma semana, o presidente direitista Guillermo Lasso dissolveu a Assembleia Nacional
Os equatorianos devem comparecer às urnas em 20 de agosto para definir um presidente e 137 deputados em eleições antecipadas após a dissolução do Congresso, informou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) nesta quarta-feira (24).
Há uma semana, o presidente direitista Guillermo Lasso dissolveu a Assembleia Nacional unicameral usando seu poder constitucional, que contempla eleições antecipadas para completar o atual mandato de quatro anos, que termina em maio de 2025.
O governante decretou a dissolução por uma "grave crise política e comoção interna" em meio ao julgamento político ao qual foi submetido pela maioria opositora do Legislativo, que o acusou de peculato.
Em sessão realizada na noite de terça-feira e que se prolongou até a madrugada, o CNE aprovou eleições antecipadas para 20 de agosto. Se necessário, o segundo turno está marcado para 15 de outubro, de acordo com o calendário divulgado à imprensa pelo órgão eleitoral.
A posse dos parlamentares está marcada para 26 de outubro, de acordo com o CNE, que convocará oficialmente as eleições em uma transmissão de rádio e televisão na noite desta quarta-feira, para cumprir o exigido por lei.
A Assembleia Nacional tem a atribuição de conceder posse ao presidente.
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Os legisladores devem então "autoconvocar-se imediatamente" para assumir suas funções, disse nesta quarta-feira ao canal Ecuavisa a diretor do CNE, Diana Atamaint.
Para as eleições dos prefeitos em fevereiro passado, 13,4 milhões dos 18,2 milhões de equatorianos estavam registrados para votar.
Lasso, ex-banqueiro conservador que governou com um Congresso de oposição controlado por setores de esquerda e que viu sua popularidade cair para 10% em dois anos, poderá concorrer novamente e a candidatura não seria considerada uma reeleição, de acordo com as autoridades eleitorais.
Apesar da insegurança vinculada ao narcotráfico, o Equador vive certa tranquilidade após a dissolução do Legislativo, que tradicionalmente registra um elevado nível de desconfiança entre os cidadãos.
A credibilidade institucional na Assembleia Nacional dissolvida era de 2%, segundo a empresa privada de pesquisas Perfiles de Opinión.
A Carta Magna em vigor desde 2008 permite a reeleição apenas uma vez.