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Erdogan apresenta propostas sobre acordo de grãos a Putin, exigindo fim de sanções contra Moscou

Presidentes de Rússia e Turquia tiveram reunião de cúpula em Sochi para tentar destravar o comércio na região do Mar Negro

Erdogan, presidente da TurquiaErdogan, presidente da Turquia - Foto: Adem Altan/ AFP

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que está pronto para reativar o acordo para exportação de grãos no Mar Negro, desde que sejam levantadas as sanções contra as exportações agrícolas de Moscou. A declaração do líder russo foi feita após uma reunião de cúpula com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, que esteve em Sochi para apresentar "novas propostas" para viabilizar a normalização do fluxo comercial, em meio a uma intensificação dos bombardeios russos a infraestruturas civis na Ucrânia.

— Estaremos prontos para considerar a possibilidade de reviver o acordo de grãos — disse Putin em uma coletiva de imprensa após a reunião com Erdogan. — E nós vamos fazer isso assim que todos os acertos para levantar as restrições às exportações agrícolas russas forem totalmente implementados.

A Rússia deixou o acordo anterior, argumentando que o Ocidente está impondo restrições indiretas às suas exportações de cereais e fertilizantes, limitando o seu acesso a sistemas de pagamentos e seguros globais. Com isso, tanto Moscou quanto Kiev anunciaram planos próprios para garantir os envios de alimento, considerados vitais para a segurança alimentar internacional.

Ainda de acordo com Putin, a Rússia está perto de concluir acordos com seis estados africanos, acrescentando que o país realizará a logística gratuitamente. As primeiras entregas iniciariam na semana que vem.

Erdogan, um dos últimos líderes da Otan com interlocução direta com Putin, falou com otimismo sobre uma possível resolução, e disse que apresentou “novas propostas” para reativar o acordo.

— Preparamos, juntamente com as Nações Unidas, novas propostas. (...) Acredito que em breve chegaremos a uma solução que corresponda às expectativas da Turquia — declarou Erdogan na conferência de imprensa conjunta com Putin.

O presidente turco lembrou ainda que o seu país é contra qualquer “proposta alternativa”.

— As propostas alternativas apresentadas até agora não oferecem um modelo sustentável e seguro baseado na cooperação entre as diferentes partes —, acrescentou, diferenciando as tais propostas do acordo sobre cereais, alcançado no verão de 2022 através da mediação da Turquia e da ONU.

Fracasso da contraofensiva
Enquanto a reunião de cúpula ocorria em Sochi, a Rússia intensificava bombardeios contra alvos civis na Ucrânia. Ataques com drone foram registrados durante toda a madrugada em portos no Mar Negro e no Rio Danúbio.

De acordo com a Força Aérea da Ucrânia, 25 drones foram usados em ataques noturnos na região de Odessa, 22 dos quais foram abatidos, segundo o The Guardian. O Ministério da Defesa em Moscou disse que os drones atingiram depósitos de combustível usados pelos militares ucranianos.

Em Sochi, Putin afirmou que considera a contraofensiva ucraniana, lançada em junho, como "um fracasso".

— Não é um erro, é um fracasso. (...) É assim que parece agora — disse Putin. — Veremos o que acontece a partir de agora, mas espero que continue assim.

As autoridades ucranianas afirmaram nesta segunda-feira que as suas tropas fizeram um avanço limitado na frente sul, onde concentram a sua contraofensiva para repelir as forças russas, e que também recuperaram territórios perto da cidade de Bakhmut .

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