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MOBILIZAÇÃO

Escala 6x1: manifestantes se reúnem no Recife por redução da jornada de trabalho

Manifestação aconteceu nesta sexta-feira (15), no Parque 13 de Maio

Manifestação faz parte de mobilização nacional pelo fim da escala 6x1Manifestação faz parte de mobilização nacional pelo fim da escala 6x1 - Foto: Rafael Melo / Folha de Pernambuco

Militantes e apoiadores do movimento VAT (Vida Além do Trabalho), criado pelo vereador carioca Rick Azevedo (PSOL), se reuniram na manhã desta sexta-feira (15), no Parque 13 de Maio, no centro do Recife, para protestar a favor da PEC que prevê acabar com a escala de seis dias de trabalho por um de descanso, conhecida popularmente como escala 6x1.

A manifestação faz parte de uma mobilização nacional, que acontece nesta sexta em todo o Brasil, em favor de uma maior adesão da população e das figuras políticas à proposta.

O texto, de autoria da deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP), pede a redução da jornada máxima de trabalho de 44 para 36 horas semanais.

No Recife, o educador e comunicador popular Jones Manoel foi um dos organizadores da manifestação. Para ele, a ida às ruas é um fator decisivo para pressionar o Congresso por mudanças.

"Trazer o movimento para as ruas hoje é essencial. A luta pelo fim da escala 6x1 ganhou muita força no meio digital, mas é fundamental sair das redes e ocupar os espaços públicos para pressionar o Congresso e ampliar o debate público", destacou.

Jones Manoel, educador e comunicador popular, também já foi candidato ao governo de pernambuco pelo PCBJones Manoel, educador e comunicador popular, também já foi candidato ao governo de pernambuco pelo PCB. Foto: Rafael Melo / Folha de Pernambuco

Foi graças à pressão popular nas redes sociais que, na última quarta-feira (13), a PEC conseguiu o número necessário de assinaturas para ser protocolada na Câmara dos Deputados. Segundo Jones, o trabalho nas ruas não deve parar.

"Esse ato é o primeiro de uma série que planejamos, incluindo panfletagens e mobilizações em terminais de ônibus e estações de metrô. A pauta já está forte, mas, para vencer a resistência do Congresso e do empresariado, precisamos de mais pessoas nas ruas, com frequência e constância", enfatizou.

De acordo com Jones, o projeto, que é apoiado majoritariamente pelo campo político da esquerda e centro-esquerda, tem força para vencer a polarização e impactar também o eleitorado de direita.

"As pesquisas mostram que a maioria dos brasileiros apoia ideias progressistas. Porém, nos últimos anos, parte da esquerda majoritária se afastou dessas pautas populares, adotando governos mais alinhados ao neoliberalismo. Este movimento é uma oportunidade para mostrar à população o que é, de fato, uma luta de esquerda genuína: focada no povo e com resultados concretos. Quando a população sente firmeza e vê que a pauta vai além do discurso eleitoral, ela apoia", concluiu.

Apoio popular

Entre os grupos presentes no 13 de Maio estava o Sindicato das Domésticas de Pernambuco. Para Dijane Clemente, diretora financeira do sindicato, as movimentações contra a escala 6x1 são de extrema relevância para a classe das domésticas.

"As trabalhadoras domésticas são extremamente maltratadas em seus trabalhos pela falta de tempo para viver, para cuidar da própria saúde, da família e de si mesmas. Com apenas um dia de folga, é impossível conciliar todas essas demandas, e isso tem levado muitas domésticas a adoecerem", ressaltou.

Além de grupos políticos e sindicatos, o público geral também esteve presente. A servidora pública Ana Catarina Mascaro considerou a participação na manifestação uma questão de solidariedade.

"Estar aqui hoje é uma questão de solidariedade de classe. Sou servidora pública federal e estou aqui como cidadã e trabalhadora, defendendo que o setor privado também tenha avanços, como a redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais. Isso é fundamental para garantir melhores condições de vida no ambiente de trabalho."

Entre os manifestantes, havia muitos jovens, todos presentes sob a prerrogativa de luta por um futuro no trabalho mais justo e mais humano.

Para Sara Helen de Almeida e Caio César Lins, recém-formados na faculdade, o movimento é fundamental para conquistar cada vez mais avanços para os trabalhadores do país.

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