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Reino Unido

Escócia inicia o longo e último adeus à rainha Elizabeth II

Milhares de pessoas se alinharam pelas ruas de paralelepípedos de Edimburgo para assistir e aplaudir a passagem do cortejo fúnebre

Reino UnidoReino Unido - Foto: Jamie Williamson / POOL / AFP

O caixão de Elizabeth II chegou a Edimburgo neste domingo (11) após deixar o castelo escocês de Balmoral, onde a rainha morreu na quinta-feira aos 96 anos, na primeira etapa de uma jornada que permitirá aos britânicos dar adeus a sua rainha mais longeva.

Após uma viagem de seis horas, o carro fúnebre entrou no Palácio de Holyroodhouse, na capital escocesa, pouco antes das 16h30 locais (12h30 em Brasília), carregando o caixão de carvalho coberto com a bandeira real escocesa e uma coroa de flores brancas em seu interior.

Como durante sua jornada de quase 300 quilômetros pelo verde campo escocês, milhares de pessoas se alinharam pelas ruas de paralelepípedos de Edimburgo para assistir e aplaudir a passagem do cortejo fúnebre.

"Só pude ver um pouco, mas foi muito emocionante, ele era uma pessoa maravilhosa. É muito triste", lamentou a recepcionista Theresa Brown, demonstrando um sentimento ecoado por Román Gutiérrez, um estudante espanhol de 20 anos: "Todo mundo se vai um dia, então temos que seguir em frente", relativizou.

Oito carregadores militares, seguidos pela filha da rainha, a princesa Anne, levaram o caixão para a sala do trono do palácio, onde será vigiado pela Companhia Real de Arqueiros, guarda-costas dos monarcas da Escócia.

Na segunda-feira, o caixão será levado em procissão até a vizinha Catedral de Saint Giles, onde será realizada uma missa na presença do rei Charles III e onde as pessoas poderão se despedir de sua "amada mãe".

- Novo lar para os corgis -

A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, uma defensora da independência da Escócia, classificou a partida desta "mulher extraordinária" de "sua amada Balmoral pela última vez" como um "momento triste e comovente".

A estadia na Escócia terminará na tarde de terça-feira, quando um avião transportará o caixão para Londres para vários dias de homenagem popular e um funeral em 19 de setembro na presença de dignitários mundiais, como o imperador japonês Naruhito.

Em Londres, o caixão será transportado em procissão do Palácio de Buckingham ao Palácio de Westminster na quarta-feira para despedidas dos britânicos até o dia do funeral de Estado, o primeiro desde a morte do ex-primeiro-ministro Winston Churchill em 1965.

O funeral da soberana acontecerá na Abadia de Westminster, onde a jovem princesa Elizabeth Alexandra Maria se casou em novembro de 1947 e onde em 2 de junho de 1953 foi coroada rainha após a morte de seu pai George VI em 6 de fevereiro de 1952.

Sua vida também estava ligada aos seus inseparáveis cães da raça corgi, que finalmente encontraram um lar. O terceiro filho da rainha, o príncipe Andrew - acusado nos últimos anos de agressão sexual nos Estados Unidos - adotou Muick e Sandy, disse seu escritório.

- "Negociações" entre William e Harry -

Embora o protagonismo tenha sido da falecida soberana após a proclamação do novo rei Charles III, a aparição dos príncipes William e Harry, juntos, com suas esposas Catherine e Meghan, estamparam as primeiras páginas dos jornais deste domingo.

"Reunidos pelo luto", foi a manchete do Sunday Telegraph, com uma foto dos dois casais caminhando juntos em Windsor. O Sunday Times informou que "longas negociações" foram necessárias entre os casais para administrar o momento midiático.

A morte de Elizabeth II após sete décadas no trono chocou o Reino Unido, a Commonwealth (Comunidade de Nações) e o mundo. Seu filho Charles III foi proclamado rei do Reino Unido no sábado e, neste domingo, da Austrália e da Nova Zelândia.

O presidente chinês, Xi Jinping, parabenizou o novo monarca neste sábado, em uma mensagem na qual expressou seu desejo de "expandir as trocas amigáveis e a cooperação mutuamente benéfica e fortalecer a comunicação sobre questões globais", segundo a agência Xinhua.

- "Elizabeth a Grande" -

Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte, as outras nações constituintes do Reino Unido junto com a Inglaterra, também proclamaram Charles III como seu novo rei oficialmente neste sábado, mas o Sinn Fein, partido a favor da reunificação da Irlanda, não participou da celebração em Belfast.

O partido reconheceu "o papel muito positivo que a rainha desempenhou na promoção da paz" após décadas de agitação entre republicanos católicos e unionistas protestantes, mas considerou que a proclamação de Charles III foi apenas para "aqueles que são leais à Coroa".

O novo monarca de 73 anos visitará Belfast na terça-feira para receber condolências oficiais, como parte de uma turnê pelas nações do Reino Unido que começará na segunda-feira em Edimburgo e o levará a Cardiff na sexta-feira. 

A presença planejada da nova primeira-ministra, Liz Truss, nessas cerimônias em todo o país provocou críticas de que a conservadora tentaria tirar vantagem política da situação.

Dias antes, seu antecessor, Boris Johnson, prestou uma homenagem emocionada à soberana, elogiando seu "humor", "ética de trabalho" e "senso de história", referindo-se à monarca como "Elizabeth, a Grande".

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