Escolas particulares preparam início das atividades do ano letivo de 2021
Rede segue o mesmo esquema híbrido em vigor desde outubro do ano passado, quando as aulas presenciais retornaram após autorização do Governo do Estado
Parte das escolas particulares de Pernambuco voltou às aulas nesta segunda-feira (1º). Com as provas do vestibular seriado da Universidade de Pernambuco (UPE) em andamento, algumas optaram pelo começo do ano letivo de 2021 na terça-feira (2).
Para o início deste ano letivo, as escolas seguem o mesmo esquema híbrido em vigor desde outubro do ano passado, quando as aulas presenciais retornaram após autorização do Governo do Estado. Ou seja, parte dos alunos acompanha as aulas de forma presencial nas escolas e a outra parte, em casa, em plataformas online.
De acordo com o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de Pernambuco (Sinepe-PE), a expectativa é de que, até a próxima quarta-feira (3), as aulas voltem para todas as modalidades de ensino, em todas as escolas particulares do Estado. Ao todo, são 2,4 mil escolas e quase 400 mil estudantes.
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Na Escola Adventista do Arruda, na Zona Norte do Recife, cerca de 40% dos alunos de cada turma, do 5º ano do Ensino Fundamental ao Ensino Médio pôde comparecer às salas de aula. Quem estava em casa, no entanto, teve acesso ao mesmo conteúdo, uma vez que as aulas são transmitidas ao vivo pela internet com duas opções de câmeras para os estudantes.
Em uma TV colocada no quadro, os alunos podem se ver e interagir mesmo estando em ambientes distintos. A iniciativa permite também que os professores que fazem parte de grupos de risco lecionem de suas casas com às aulas transmitidas tanto para os alunos que estão na sala de aula de forma presencial, como dos que também estão em suas residências.
Vice-diretor da escola, Rafael Costa, ressalta que o retorno híbrido já vem sendo estrutura desde meados de 2020 e foi posto em prática, ainda que de modo incipiente, nos últimos dois meses do ano passado.
“Tivemos duas preocupações principais a segurança dos alunos e a parte didática, já que os professores já estavam acostumados com às aulas remotas. Nós escutamos os pais para definir se os alunos estariam aqui na escola ou com as aulas de casa, mas como nossa escola tem uma estrutura ampla, conseguimos obedecer todos os protocolos de distanciamento dentro das salas, então é segura a presença de metade dos alunos de cada sala”, afirma Rafael, ressaltando que outra meta da escola foi “emular o ensinamento presencial mesmo para quem está em casa”. “Conseguimos fazer com o professor não tivesse que dar duas aulas para a mesma turma”, pontua.
“Estávamos conversando com a comunidade escolar há um tempo. O começo de ano foi muito tranquilo, tanto para quem veio presencialmente usando máscara, respeitando o distanciamento social, como para os que estão em casa também sentindo esse gosto do ambiente escolar sendo emulado de forma online”, pontuou.
No Colégio Dom, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife, há a expectativa por uma adesão maior às aulas presenciais, como indica o diretor, Arnaldo Mendonça, que também é diretor-executivo do Sindicato dos Professores do Estado de Pernambuco (Sinpro-PE). A escola voltará com as atividades nesta terça-feira (2).
“Mesmo com a segunda onda [de Covid-19], os pais têm essa experiência do ano passado. Os meninos não aguentam mais ficar em casa. Uma outra questão é que eles não podem ficar mais de um ano isolados do mundo. Estão todos ansiosos. A adesão ao presencial está bem maior, em torno de 50%”, disse.
Após a volta às aulas presenciais em outubro do ano passado, as escolas estão mais experientes nos cuidados sanitários, acrescenta Arnaldo.
“Estamos nos organizando da mesma maneira que voltamos no final do ano passado, com distanciamento, álcool em gel e um maior controle das crianças, higienização das mãos, distanciamento social. Deu tudo certo e agora espero que permaneça assim”, completou o diretor do Dom.
O presidente do Sinepe-PE, José Ricardo Diniz, explica que o cenário atual da rede particular indica muitas escolas fechadas por causa da crise econômica potencializada pela pandemia do coronavírus.
“Sabemos que algumas escolas não retornarão para este ano letivo. Quando houve retorno com protocolos em outubro, tivemos quase 200 escolas que não retornaram no Estado. Agora estamos prevendo algo em torno de outras 200 escolas sem retornar às atividades”, explicou.
Ainda segundo José Ricardo, há uma tendência de aumento na mobilidade de estudantes na rede particular. “Há casos do aluno sair de uma escola de tíquete médio maior de mensalidade para uma de menor, dentro da rede privada. O outro é a saída para a escola pública, seja estadual ou municipal”, explicou.
Esse cenário, acrescenta o diretor do sindicato, indica aumento na pressão por vagas na Rede Estadual de Ensino, cujas aulas voltarão na quarta-feira (3) - de forma híbrida para o Ensino Médio e de forma apenas remota para Educação Infantil e Ensino Fundamental.
“Houve corte de pessoal. A educação infantil teve uma matrícula de 25 a 30% menor para este ano letivo”, continua José Ricardo, que ainda defende a preparação das escolas em relação ao contexto sanitário.
“As escolas estão prontíssimas para cumprirem os protocolos, já vinham cumprindo desde a reabertura e estão mais maduras. Daqui para frente, acreditamos que a adesão ao presencial vai acontecer em percentual maior do que a adesão ao remoto, diferente do que aconteceu no ano passado”, finalizou.
José Ricardo ainda indica que quando a adesão ao presencial superar os que preferem o ensino remoto, as escolas deverão adotar esquema de rodízio diário ou semanal para evitar aglomeração nas salas de aula, que vêm funcionando com capacidade reduzida.