Escritor Salman Rushdie é esfaqueado durante evento em Nova York
A obra de Rushdie fez com que ele se tornasse alvo de ameças de morte no Irã desde a década de 1980
O escritor anglo-indiano Salman Rushdie, de 75 anos, foi esfaqueado no palco de um evento em Nova York, nos Estados Unidos, nesta sexta-feira (12). Ainda não há detalhes sobre o estado de saúde dele. A informação foi confirmada pela polícia, acrescentando que ele sofreu ferimentos no pescoço.
A obra de Rushdie fez com que ele se tornasse alvo de ameças de morte no Irã desde a década de 1980
Um repórter da agência Associated Press (AP) testemunhou o episódio de violência registrado por volta de 10h30 no horário local. Um homem invadiu o palco do anfiteatro do centro educacional Chautauqua Institution e começou a agredir Rushdie. O escritor caiu no chão e o homem foi contido.
A endocrinologista Rita Landman, que estava na plateia, subiu ao palco para prestar os primeiros socorros após o ataque. Ela disse ao New York Times que Rushdie tinha várias facadas, incluindo uma no lado direito do pescoço, e que havia uma poça de sangue sob seu corpo.
Leia também
• Anne Heche tem morte cerebral e terá aparelhos desligados nas próximas horas
• Homem é morto após tentar entrar armado em escritório do FBI nos EUA
• "Não se espera que atriz Anne Heche sobreviva" após acidente de carro
— As pessoas diziam: 'Ele tem pulso, ele tem pulso, ele tem pulso' — disse Landman.
O homem detido era branco, tinha o cabelo raspado e estava usando roupas camufladas por baixo de um casaco preto. Rushdie foi levado do local de helicóptero por socorristas. A pessoa que estava entrevistando o escritor sofreu um leve ferimento na cabeça.
— Houve apenas um agressor. Ele estava vestido de preto, uma roupa preta folgada, e correu na direção dele — disse ao Times Elisabeth Healey, 75, que estava na plateia.
— Houve um enorme lapso de segurança. Foi assustador que alguém pudesse chegar tão perto sem qualquer intervenção — lamentou John Bulette, 85 anos.
O livro "Os Versos Satânicos" de Rushdie é proibido no Irã desde 1988. Muitos muçulmanos consideram a história uma blasfêmia. Um ano depois, o falecido líder do Irã, o aiatolá Ruhollah Khomeini, emitiu um edito, pedindo a morte de Rushdie.
Uma recompensa de mais de US$ 3 milhões também foi oferecida para quem tirasse a vida dele. O escritor passou cerca de dez anos sob proteção policial e vivendo na clandestinidade. Ele mora nos EUA desde 2000.