Espanha declarará calamidade nas regiões afetadas por grandes incêndios
A determinação de região de calamidade permite ao Estado aplicar uma série de medidas para aliviar um desastre natural
Os territórios afetados pelos grandes incêndios deste verão na Espanha serão declarados em "situação de calamidade", facilitando a ajuda aos afetados, anunciou nesta segunda-feira (22) o presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez.
Na terça-feira (23), "vamos prosseguir na aprovação da declaração" de "calamidade em todos os territórios devastados pelos grandes incêndios neste ano", anunciou Sánchez em visita a Bejís, na região de Valência, no leste do país.
Bejís, na província de Castellón, sofreu na semana passada um grande incêndio que foi finalmente controlado após queimar mais de 17.500 hectares de florestas, segundo o sistema geoespacial europeu Copernicus, e obrigar a evacuação de 2.200 pessoas.
A determinação de região de calamidade permite ao Estado aplicar uma série de medidas para aliviar um desastre natural, liberar auxílios financeiros para moradores por danos em suas casa, compensar gastos extraordinários feitos por prefeituras e subsídios para reparar infraestruturas, entre outras.
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Só em 2022, a Espanha já sofreu quase 400 incêndios florestais, segundo as últimas cifras do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais (EFFIS), que já devastaram mais de 287.000 hectares de terra, mais do triplo da superfície total destruída em 2021.
A média anual de hectares queimadas por incêndios florestais na Espanha, entre 2006 e 2021, foi de quase 67 mil, quatro vezes menos, segundo esta fonte.
O vizinho Portugal, que nesta segunda-feira (22) se encontrava em estado de alerta pelos incêndios, viu 94 mil hectares serem devastados pelas chamas até agora este ano, a maior superfície desde os incêndios que em 2017 deixaram cem mortos, segundo o último balanço do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
Sánchez lamentou o "golpe psicológico para muitos moradores (...)com a perda de bens patrimoniais", assim como "a biodiversidade que se perde" nos incêndios.
O clima extremo registrado neste verão na Espanha, com ondas de calor quase sem trégua, e a seca desempenharam um papel determinante no incêndios.
"Infelizmente, o que a ciência nos diz é que os próximos verões terão temperaturas ainda mais quentes. Por isso, estamos enfrentando uma emergência climática", afirmou o presidente socialista.