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ÍNDIA

Especialistas da ONU pedem à Índia que acabe com a violência em Manipur

A entidade declara que o governo indiano não fez o suficiente para impedir os abusos cometidos no estado

Membros da comunidade cristã participam numa manifestação pela paz em ManipurMembros da comunidade cristã participam numa manifestação pela paz em Manipur - Foto: Dibyangshu Sarkar / AFP

O governo indiano não fez o suficiente para impedir os abusos cometidos no estado de Manipur, no nordeste do país, palco de um violento conflito étnico que deixou quase 160 mortos, denunciaram especialistas da ONU nesta segunda-feira (4).

"Estamos chocados com os relatos e imagens de violência baseada no gênero contra centenas de mulheres e meninas de todas as idades, pertencentes majoritariamente à minoria étnica kuki", uma minoria cristã, afirmaram os especialistas, que trabalham sob encomenda do Conselho de Direitos Humanos, mas não falam em nome da ONU.

Eles se declararam "muito preocupados com a lentidão e a resposta inadequada do governo indiano, incluindo as forças de ordem, para conter a violência física e sexual e os discursos de ódio em Manipur".

Os atos violentos incluem "estupros coletivos, desfiles de mulheres nuas nas ruas, espancamentos violentos até a morte ou queimá-las vivas ou mortas", listaram os especialistas.

Segundo eles, os últimos atos violentos custaram a vida a cerca de 160 pessoas entre maio e meados de agosto deste ano e mostram a deterioração da situação das minorias étnicas e religiosas na Índia.

"Além disso, estamos preocupados com a informação de que medidas antiterroristas foram usadas indevidamente para legitimar atos de violência e repressão contra minorias étnicas e religiosas", afirmaram.

Os especialistas apelaram ao governo para que faça mais pelas vítimas e "tome medidas firmes para investigar atos violentos e responsabilizar os perpetradores", incluindo "agentes públicos que possam ter ajudado e encorajado o discurso de ódio e a violência racial e religiosa".

Em meados de agosto, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, afirmou que o seu governo estava trabalhando para resolver o conflito entre a maioria étnica maitei (predominantemente hindu)  e os kuki (majoritariamente cristãos).

Desde maio, Manipur está dividida de acordo com critérios étnicos. Milícias rivais foram formadas e barricadas foram erguidas para limitar a circulação entre as regiões.

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