Especialistas descartam que aquecimento tenha sido decisivo em enchentes na Itália
Durante as inundações, dezessete pessoas morreram e milhares de habitantes foram obrigados a abandonar suas casas
As inundações mortais que deixaram parte do nordeste da Itália debaixo d'água este mês foram causadas por um evento meteorológico que ocorre "uma vez a cada dois séculos" e o vínculo com a mudança climática não foi decisivo neste caso, apontaram especialistas.
Dezessete pessoas morreram e milhares de habitantes foram obrigados a abandonar suas casas depois de três períodos de chuvas fortes que atingiram a região da Emília-Romanha durante três semanas, provocando deslizamentos de terra e inundações que causaram grandes danos materiais.
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O relatório do grupo de climatologistas europeus e americanos da iniciativa World Weather Attribution (WWA), divulgado nesta quarta-feira (31), indica que no mês de maio foram registradas as chuvas mais intensas em dois séculos.
Segundo o grupo, cujo objetivo é demonstrar vínculos confiáveis entre o aquecimento global e determinados fenômenos meteorológicos, tais eventos, nesta região e nesta época do ano, não se tornaram mais frequentes ou intensos.
"As chuvas extremas não se tornaram mais prováveis pelas emissões de gases de efeito estufa", disse a WWA em um comunicado, que reconhece que suas conclusões são "incomuns" no contexto das mudanças climáticas.
O impacto das inundações na região foi agravado por uma seca de dois anos no norte da Itália, que deixou o solo duro e ressecado, incapaz de absorver água, segundo os especialistas.
No entanto, o informe reconhece que outras regiões foram afetadas pelas mudanças climáticas.
"Embora os episódios chuvas fortes na primavera não estejam aumentando na Emília-Romanha, as precipitações extremas estão aumentando em outras partes da Itália", indica o texto.