Vacina

Especialistas dos EUA recomendam autorizar vacina anticovid da Pfizer para crianças pequenas

Grupo recomendou também a extensão da vacina da Moderna para o público infantil

Vacina contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTechVacina contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTech - Foto: Myke Sena/MS

Uma comissão de especialistas dos Estados Unidos se pronunciou nesta quarta-feira( 15) a favor de autorizar a vacina anticovid da Pfizer em crianças entre 6 meses e 4 anos, o último grupo etário sem acesso a esta imunização. 

Pouco antes, o painel de 21 especialistas fez uma recomendação similar para a vacina da Moderna, destinada também a bebês e a crianças entre seis meses e cinco anos

A Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) deve tomar em breve uma decisão sobre esta questão, mas é improvável que seja diferente da comissão.

Com base nesses pareceres favoráveis, a agência americana de medicamentos (FDA), cujas decisões são referência a nível internacional, poderia conceder sua autorização.

Depois, cerca de 10 milhões de doses seriam enviadas imediatamente para as diferentes regiões do país, que seriam seguidas por mais milhões nas próximas semanas, informou o governo dos EUA.

A vacinação pode começar na semana de 20 de junho, assim que os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) derem o aval. Os especialistas dos CDC se reunirão na sexta-feira e no sábado.

 Doses adaptadas
A dose foi adaptada: um quarto da dos adultos para Moderna (25 microgramas em vez de 100) e um décimo para Pfizer (3 microgramas, contra 30).

A principal diferença entre os dois produtos é o número de injeções necessárias para a proteção ideal: a vacina da Moderna continuará sendo administrada em duas doses, com um mês de intervalo. 

A Pfizer em três, devido à baixa dose escolhida para reduzir efeitos colaterais em bebês, como febre. Um representante da empresa esclareceu, porém, que serão feitos estudos sobre uma terceira dose de reforço.

No caso da Pfizer, a imunização será realizada em três aplicações: as duas primeiras com três semanas de intervalo e a terceira oito semanas após a segunda.

Vários especialistas enfatizaram que as crianças não ficariam bem protegidas com duas doses de Pfizer e teriam que esperar a terceira - ou seja, meses - antes disso.

As vacinas são seguras e eficazes, de acordo com a FDA, que publicou sua própria análise dos ensaios clínicos na semana passada para fornecer uma base para as discussões dos especialistas. 

De acordo com uma estimativa preliminar, a vacina Pfizer-BioNTech tem 80% de eficácia contra as formas sintomáticas da doença. Mas esse número é baseado em um pequeno número de casos positivos, disse a FDA. 

A da Moderna demonstrou ser 51% eficaz em bebês de seis meses a menos de 2 anos e 37% eficaz em crianças de dois a cinco anos. 

Os números são consistentes com a eficácia observada em adultos contra a variante ômicron, segundo a agência americana. No entanto, a vacina continua protegendo bem contra casos graves de covid-19.

Impaciência e ceticismo
Em relação aos efeitos colaterais, um quarto das crianças que recebeu a dose de Moderna apresentou febre, principalmente após a segunda dose. A febre passava depois de um dia.

No caso da Pfizer, a febre observada foi semelhante entre os vacinados e os que receberam placebo.

Alguns pais estão ansiosos pela possibilidade de vacinar seus filhos pequenos, mas outros ainda estão céticos.

De acordo com uma pesquisa da fundação Kaiser Family, desde o início de maio, apenas um em cada cinco pais de uma criança menor de cinco anos (18%) disse que vacinará o mais rápido possível; 38% vão esperar para fazê-lo e os demais se opõem, a menos que seja obrigatório.

Embora os mais jovens sejam menos vulneráveis à covid-19 e o risco para eles seja baixo, cerca de 480 crianças menores de 4 anos morreram nos Estados Unidos da doença.

As taxas de hospitalização também aumentaram acentuadamente para essa faixa etária durante a onda de contaminação da variante ômicron. No total, houve 45.000 crianças menores de cinco anos hospitalizadas nos Estados Unidos desde o início da pandemia, das quais um quarto esteve em terapia intensiva.

As crianças são menos vulneráveis à covid-19, mas podem pegar e transmitir a doença. Tal como os adultos, podem sofrer de sintomas a longo prazo (covid longa). Em casos raros, também podem desenvolver quadros graves de síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica.

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