Esquema de pirâmide no Egito termina com 29 presos e milhares de vítimas
A plataforma HoggPool prometia a seus clientes "ganhos financeiros, após atraí-los por meios fraudulentos"
A promotoria do Egito prendeu 29 pessoas - entre elas 13 estrangeiros - por um esquema de pirâmide relacionado a criptomoedas que levou o equivalente a mais de US$ 600.000 de milhares de egípcios, segundo a imprensa oficial.
A plataforma HoggPool prometia a seus clientes "ganhos financeiros, após atraí-los por meios fraudulentos", diz um comunicado divulgado na noite deste sábado.
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"Vendiam às pessoas um programa de informática" com a promessa de que, aportando "4.000 libras egípcias, elas ganhariam 30.000, e com 100 mil, ganhariam 1 milhão", explicou ontem à noite Amr Adib, apresentador de um dos talk shows mais populares do país, enquanto, nas redes sociais, acumulavam-se depoimentos de vítimas da plataforma.
Segundo o jornal estatal "Al-Ahram", a HoggPool, lançada em agosto, pagou seus clientes até fevereiro, mês em que encerrou repentinamente suas atividades e desapareceu com o dinheiro. O veículo descreveu o sistema como um esquema Ponzi.
A mesma fonte afirmou que milhares de egípcios colocaram parte de suas economias na plataforma esperando retornos significativos e, sobretudo, uma cotação de dólar mais interessante do que a oficial, no momento em que a mesma só piora.
O Ministério do Interior informou que os suspeitos - 16 egípcios e "13 estrangeiros de um mesmo país" não identificado - foram detidos com "95 celulares, 3.367 cartões SIM e 41 cartões bancários estrangeiros".
No momento em que foi desmantelada, a rede tentava lançar uma plataforma chamada Riot.
O Egito enfrenta uma crise econômica sem precedentes, na qual a libra egípcia perdeu metade do seu valor em relação ao dólar em um ano e a inflação chegou oficialmente a 26,5% em janeiro, embora especialistas acreditem que ela seja quatro vezes maior.