Esquiador é resgatado após 20 horas soterrado por avalanche: "Não podia adormecer, seria o fim"
Carluccio Sartori conta que permaneceu acordado para aumentar chance de sobrevivência
“A noite foi difícil. Estava com medo, não queria morrer. Eu sabia que não devia desistir, sabia que não podia adormecer, senão seria o fim.” Com esse testemunho dramático, Carluccio Sartori, um esquiador italiano, contou como sobreviveu após ficar soterrado por 20 horas depois de ser atingido por uma avalanche. O acidente ocorreu em Val Badia, cadeia montanhosa na Itália.
— Não sou crente — assegurou ele. — Mas naquela noite rezei para minha mãe. Quando a avalanche estava prestes a parar, comecei a nadar para ficar na superfície, mas meus movimentos eram muito limitados e meu ombro doía, e minha mochila atrapalhava.
Sartori, que tem 54 anos, ainda está na unidade de terapia intensiva em Bolzano, mas seu quadro de saúde é considerado bom. Assim que a avalanche parou, o italiano, com seu único braço livre, puxou, tentou limpar a neve acima dele e, depois de respirar fundo, começou a tentar perfurar a neve, formando uma espécie de funil.
— Pedi ajuda, mas não obtive resposta — continuou em seu dramático relato.
Sartori considerou que, em um cenário dessa magnitude, se ele adormecesse, sua sobrevivência seria difícil. Por conta disso, durante toda a noite, ele relata ter feito “uma espécie de microginástica, movendo sistematicamente um membro após o outro como podia sob a neve”.
Leia também
• Relatório destaca forte retrocesso da democracia na Rússia em 2022
• Pernambuco registra o primeiro caso da subvariante XBB.1 da Covid-19
Depois de várias horas, graças ao calor de seu corpo, parte da neve derreteu, e Sartori conseguiu fazer movimentos cada vez maiores e, em determinado momento, libertou também o outro braço.
— Eu nunca vou esquecer o som do helicóptero. Quando observei os salva-vidas, relaxei — contou.
‘Seria uma fotografia linda': Messi lamenta Maradona não ter visto título da Argentina na Copa do Catar
Sartori também agradeceu aos médicos e enfermeiras da Unidade de Terapia Intensiva de Bolzano, dirigida pelo especialista Marc Kaufmann, que, neste inverno, salvou outros cinco pacientes em estado grave de hipotermia.
— Em casa, eles me matam se agora eu disser que vou continuar esquiando. Então, na frente das câmeras de televisão, eu digo chega — brincou, gerando risos na sala de terapia intensiva.
Carluccio venceu sua batalha, reconhecendo, porém, que tem “muita, muita sorte”.
— Para o resto da minha vida, vou ver as estrelas e a Ursa Maior e vou pensar naquela noite — concluiu.