'Está tudo normal como o Carnaval', diz ministro general após resultado negativo de Bolsonaro
O general da ativa se reuniu no final da manhã com o presidente, no Palácio da Alvorada
Após a divulgação do teste de que Jair Bolsonaro não contraiu o coronavírus, o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, disse nesta sexta-feira (13) que o presidente ficou bastante animado e que retomará a sua rotina normal de despacho e viagens.
O general da ativa se reuniu no final da manhã com o presidente, no Palácio da Alvorada. Em conversa com a reportagem, no início da tarde, ele disse que Bolsonaro manteve a calma durante todo o processo e não se assustou com a possibilidade de ter sido contaminado. "Ele não tinha sintoma nenhum. Zero. Está tudo normal. Ele vai trabalhar normal. Normal como o Carnaval. Está tudo bem", disse.
Segundo ele, os resultados dos exames de toda a comitiva presidencial que viajou com o presidente para os Estados Unidos, com exceção do secretário Fabio Wajngarten (Secretaria Especial de Comunicação), deram negativo. "Todo mundo deu negativo. Todo mundo. O presidente está ótimo, feliz e animado", afirmou. "Calma. Atchim, atchim", brincou, simulando espirros.
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O ministro disse que o Palácio do Planalto ainda discute a edição de uma medida provisória para garantir ao menos R$ 5 bilhões para o combate ao avanço do coronavírus. A iniciativa já tem sido elaborada pela SAJ (Subchefia para Assuntos Jurídicos). A expectativa é de que ela seja publicada na próxima semana.
A medida, de caráter orçamentário emergencial, atende a demanda do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.
Em audiência no Congresso, o ministro solicitou aos deputados e senadores que destinassem os recursos para o combate à pandemia por meio das emendas de relator. Ramos afirmou ainda que o governo federal também está em fase de tratativa na elaboração de iniciativa para socorrer as empresas aéreas, que têm sido afetadas pela pandemia de coronavírus.
Uma das ideias em análise é a edição de um pacote de socorro que inclua uma desoneração temporária da folha de pagamento. "Nós estamos nas tratativas, mas não tem nada certo ainda", afirmou.
Apesar da declaração do ministro, o presidente foi recomendado a adotar medidas para evitar o risco de contágio. Nesta sexta-feira (13), por exemplo, ele manteve uma distancia segura de um grupo de eleitores que o esperava na frente do Palácio da Alvorada.
O acesso de pessoas ao Palácio do Planalto deve ser mais restrito, assim como a realização de eventos e solenidades devem ser suspensos.
Bolsonaro foi advertido pela equipe médica a evitar interação diária com apoiadores na entrada da residência oficial. Desde meados do ano passado, ele costuma descer do comboio presidencial para saudar seus simpatizantes, momentos em que aperta mãos e tira fotos.
A orientação é para que, nas próximas semanas, Bolsonaro se limite a acenar e a conversar com o público a uma distância segura. Assessores relataram à reportagem que o presidente foi orientado a tomar outras medidas de precaução. Ele foi aconselhado a evitar aglomeração até pelo menos o mês de maio.