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MORTE

"Estado mental mudou drasticamente", diz mãe de jovem morta por "ameba comedora de cérebro"

Megan Ebenroth, de 17 anos, contraiu o organismo quando nadava em um lago, na Geórgia. Especialistas atribuem aumento de casos da Naegleria fowleri às mudanças climáticas

Megan Ebenroth,17 anos, morreu ao contrair ameba "comedora de cérebros"Megan Ebenroth,17 anos, morreu ao contrair ameba "comedora de cérebros" - Foto: Reprodução/Redes Sociais

A mais nova vítima da ameba Naegleria fowleri, conhecida como "comedora de cérebro", foi uma adolescente de apenas 17 anos. Trata-se de Megan Ebenroth, uma estudante que morava em Dearing, na Geórgia, e contraiu o organismo raro quando nadava em um lago na região.

A mãe de Megan deu sua primeira entrevista neste sábado (5). Ao Atlanta Journal-Constitution, Chrissy Ebenroth disse que ainda está em choque com a perda da filha, em 22 de julho.

Ela contou que a adolescente queria apenas aproveitar suas últimas semanas de férias de verão. Megan e vários amigos então foram nadar no dia 11 de julho em um lago perto de sua casa.

A jovem começou a passar mal quatro dias depois do passeio. Megan relatou forte dor de cabeça e foi levada ao hospital. O médicos a diagnosticaram com sinusite e receitaram antibiótico.

Os sintomas, no entanto, começaram a piorar. A adolescente teve febre, enxaqueca e perda de equilíbrio. Os médicos chegaram a abrir o crânio de Megan para alivirar o inchaço do cérebro, relata a mãe.

— Foi tudo tão confuso porque o estado mental dela mudou drasticamente — disse Chrissy.

A descoberta de que a jovem tinha contraído a ameba comedora de cérebro aconteceu apenas em 21 de julho. Megan morreu no dia seguinte.

O que causa a ameba 'comedora de cérebro'?
Segundo o Departamento de Saúde do Estado da Geórgia, o microrganismo "destrói o tecido cerebral, causando inchaço e geralmente a morte". O quadro grave é chamado de meningoencefalite amebiana primária (PAM). Não existe tratamento eficaz para a contaminação.

A ameba vive no solo e em lagos quentes de água doce, rios, lagoas e fontes termais, alerta o comunicado. Em água salgada, como no mar, e em água potável e de piscinas devidamente tratadas, não há risco.

Como ocorre a transmissão da ameba comedora de cérebro?
O órgão explica ainda que a ameba não é transmitida de pessoa para a pessoa e não infecta por meio da ingestão da água contaminada, mas sim quando o líquido com o microrganismo sobe pelo nariz. São cerca de três infecções ao ano nos EUA, na maior parte fatais. No estado da Geórgia, foram cinco casos desde 1962.

"Embora o risco de infecção seja baixo, os usuários recreativos de água devem sempre presumir que existe um risco quando entram em água doce e morna. Se você optar por nadar, poderá reduzir o risco de infecção limitando a quantidade de água que sobe pelo nariz", orienta o comunicado.

Ainda que os casos sejam raros, eles estão aumentando no país devido às mudanças climáticas. É o que diz um estudo publicado em maio na revista científica Ohio Journal of Public Health. Eles citam, por exemplo, o avanço do parasita em estados do Norte dos EUA, que não costumavam relatar infecções devido às temperaturas mais amenas.

A infecção pela ameba 'comedora de cérebro' mata?

Segundo os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), a infecção mata mais de 97% das pessoas que a contraem. Dos 154 indivíduos infectados conhecidos nos Estados Unidos, de 1962 a 2021, apenas quatro pacientes confirmados sobreviveram à infecção.

Onde existe ameba 'comedora de cérebro'?

O CDC disse ainda que a ameba normalmente vive em corpos quentes de água doce, como lagos, rios e fontes termais. Também é provável que seja encontrada vivendo em sedimentos no fundo de lagos, lagoas e rios, então a agência desaconselha cavar ou mexer no solo em água doce rasa e quente. Não é encontrada em água salgada.

Risco de infecção pela ameba 'comedora de cérebro'

Apesar da expansão da presença da ameba pelo território americano, as chances de se infectar com a doença são consideradas baixas. Do nariz, a Naegleria fowleri vai até o cérebro, onde destrói o tecido cerebral. A infecção não pode ser transmitida de uma pessoa para outra.

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