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Guerra

Estados Unidos anunciam nova ajuda militar de R$ 2,5 bilhões à Ucrânia

Movimento é resposta de Washington, acusa a Coreia do Norte de enviar soldados à Rússia para lutar contra as tropas de Kiev

Biden e ZelenskyBiden e Zelensky - Foto: Andrew Caballero-Reynolds / AFP

Os Estados Unidos anunciaram nesta sexta-feira uma nova ajuda militar à Ucrânia no valor de 425 milhões de dólares (cerca de R$ 2,5 bilhões), em um momento em que Washington acusa a Coreia do Norte de enviar soldados à Rússia para lutar contra as tropas de Kiev.

Esta nova assistência, anunciada poucos dias antes das eleições presidenciais americanas, inclui equipamentos de defesa antiaérea, munição de artilharia, veículos blindados e armas antitanques, detalhou o Departamento de Defesa americano em um comunicado de imprensa.

Na última terça, Kiev já havia anunciado também uma nova campanha de mobilização para reconstruir as fileiras das suas forças armadas em resposta ao avanço das tropas russas, que tomaram uma nova cidade no leste, e à chegada dos primeiros soldados norte-coreanos.

A Rússia avança rapidamente na região oriental de Donetsk há semanas e nesta terça-feira afirmou ter capturado “completamente” Selidove, uma cidade que tinha quase 20 mil habitantes antes da ofensiva russa, iniciada em fevereiro de 2022.

Em Kiev e no Ocidente, aumenta a preocupação com a cooperação militar entre a Coreia do Norte e a Rússia, e nem o Kremlin, nem Pyongyang negam a presença de tropas do país em território russo. O Pentágono indicou que um “pequeno número” de soldados norte-coreanos foi destacado para Kursk, uma região russa na fronteira com a Ucrânia parcialmente controlada pelas forças de Kiev.

Seu porta-voz, general Pat Ryder, disse que os Estados Unidos tinham informações sobre "mais alguns milhares [tropas norte-coreanas] que estão quase lá ou chegando iminentemente". O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, conversou com o seu homólogo sul-coreano nesta terça-feira e concordou com uma maior cooperação.

A Ucrânia tem sofrido uma escassez crescente de tropas nos últimos meses e está imersa em um debate impopular sobre como fortalecer as fileiras militares. O secretário-geral do Conselho de Segurança e Defesa Nacional, Oleksandre Litvinenko, disse ao Parlamento nesta terça-feira que o exército planeja mobilizar mais 160 mil pessoas. Uma fonte disse à AFP que o recrutamento será organizado nos próximos três meses.

Recorde de avanço russo
Moscou afirmou ter assumido o controle das cidades de Bogoyavlenka, Girnik e Katerinivka, também na região de Donetsk. As apreensões anunciadas terça-feira são as mais recentes de uma série de avanços das forças russas, que ganharam força desde fevereiro com o colapso das defesas ucranianas na cidade de Avdiivka.

Desde o início de outubro, o exército russo avançou 478 km² na Ucrânia, o maior avanço em um mês desde março de 2022, segundo uma análise da AFP baseada em dados do Instituto Americano para o Estudo da Guerra (ISW). Dois terços destes ganhos, ou 324 km², ocorreram na região de Donetsk.

Zelensky afirmou ter discutido o envio de tropas norte-coreanas com o presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol. Ambos os países, juntamente com os líderes da Otan e os Estados Unidos, estão dando um alarme sobre o envio de cerca de 10 mil soldados norte-coreanos para a Rússia.

“A conclusão é clara: esta guerra está tornando-se internacional, estendendo-se para além de dois países”, declarou o líder ucraniano ao seu homólogo sul-coreano, de acordo com uma leitura do apelo divulgado por Kiev.

Yoon disse que o envolvimento das tropas norte-coreanas no conflito ucraniano é uma “grande ameaça” e alertou sobre a possível transferência de tecnologia militar sensível e experiência de combate de Moscou para Pyongyang. A Ucrânia receberá em breve uma delegação da Coreia do Sul para discutir a escalada, declarou um alto funcionário presidencial ucraniano.

Outro sinal da aproximação entre a Rússia e a Coreia do Norte é a viagem nesta semana a Moscou do ministro norte-coreano dos Negócios Estrangeiros, Choe Son Hui, noticiada nesta terça-feira pela agência oficial do país asiático KCNA.

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