Estados Unidos deportou número recorde de imigrantes em 10 meses
Autoridades introduziram "vias legais", que obrigam os imigrantes a agendar uma data no aplicativo CBP One
Os Estados Unidos deportaram em quase 10 meses 530 mil pessoas que entraram no país ilegalmente, um número recorde, informou nesta quinta-feira (8) um funcionário do Departamento de Segurança Interna (DHS).
"Desde 12 de maio, quando foi levantada a emergência de saúde pública na fronteira, já repatriamos mais de 530 mil pessoas, um recorde para esse período", disse o subsecretário de política fronteiriça e imigração do DHS, Blas Núñez-Neto, em entrevista coletiva. A grande maioria "cruzou a fronteira sudoeste, incluindo mais de 88 mil membros de famílias".
O governo do presidente Joe Biden levantou em maio passado uma regra sanitária que permitia bloquear na fronteira quase todos os imigrantes que não portavam a documentação necessária para entrar nos Estados Unidos.
Autoridades introduziram "vias legais", que obrigam os imigrantes a agendar uma data no aplicativo CBP One ou fazer os trâmites nos países por onde passam.
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Aqueles que tentam entrar no país burlando essas vias podem ser expulsos por meio de repatriações aceleradas.
"Continuamos impondo consequências graves na fronteira para as pessoas que a cruzam ilegalmente", ressaltou o subsecretário. Os voos de expulsão tiveram como destino mais de 130 países.
A imigração é um dos temas quentes da campanha presidencial de novembro, principalmente para Biden, que os republicanos acusam de ter permitido a entrada de um número recorde de imigrantes. Autoridades interceptaram em dezembro imigrantes e solicitantes de asilo 302 mil vezes na fronteira com o México.
Esses voos podem ser dificultados pela Venezuela, que ameaçou suspendê-los caso o governo americano retome em abril as sanções ao setor do petróleo, que levantou em outubro. "Sempre há ajustes que são feitos com base em conversas com os governos", ressaltou Núñez-Neto.