racismo

'Estamos assustadas', diz dona de salão de beleza alvo de racismo em Araraquara

Pichações contra presença de mulher negra em outdoor começaram há seis meses e aumentaram de frequência nas últimas semanas

"Já falei, tira essa macaca do meio das mulher bonita (SIC)", diz a pichação feita com pincel na grade do salão de beleza"Já falei, tira essa macaca do meio das mulher bonita (SIC)", diz a pichação feita com pincel na grade do salão de beleza - Foto: Divulgação

A proprietária do salão de beleza de Araraquara que sofreu ataques racistas no final de ano, Érica Fuzari, de 31 anos, se diz assustada com o episódio. Segundo ela, as pichações racistas, que tem como alvo a modelo negra de um outdoor que anuncia os serviços do estabelecimento, começaram há cerca de seis meses e foram aumentando de frequência ao longo de 2021.

 "No início, ignoramos. Mas está começando a ser mais frequente. Faziam a pichação e simplesmente paravam. Demorava até mais de um mês para aparecer de novo. Agora no dia 31 fizeram outra. Limpamos e no dia seguinte já tinha uma nova" conta Érica Fuzari, que pretende fazer o boletim de ocorrência.

 Todos os ataques foram voltados para um cartaz posto pelo Salão como forma de divulgação do local. Nele, há a fotografia de quatro mulheres, sendo uma delas negra. "Já falei, tira essa macaca do meio das mulher bonita (SIC)", diz a pichação feita com pincel na grade do salão de beleza. O painel traz a mensagem "transforme toda forma de beleza".

O salão é de Érica e duas de suas irmãs. Elas se mudaram há cerca de um ano para o atual espaço onde funciona o salão, no Centro de Araraquara. Antes, trabalhavam no bairro de Jardim Pinheiros, onde nunca haviam passado por situação semelhante.

"Primeiro ficamos assustadas. Depois com a raiva. Em pleno século XXI é difícil imaginar alguém com essa mentalidade" lamenta Érica.

Ainda de acordo com ela, as proprietárias do salão não notaram nenhuma movimentação estranha nos arredores. Vizinhos e moradores da região também relataram não terem visto nada fora do normal que pudesse indicar as origens das pichações:

"Essa pessoa parece querer ser mais vista. No início, as mensagens eram feitas com caneta BIC, fraquinha. Agora, mudaram para uma mais forte" diz.

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