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VENEZUELA

"Juro": Maduro assume questionado terceiro mandato na Venezuela

Posse acontece um dia depois de uma marcha da oposição ter terminado com a denúncia de uma breve prisão de sua líder María Corina Machado

Nicolás Maduro, presidente da VenezuelaNicolás Maduro, presidente da Venezuela - Foto: Juan Barreto/AFP

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, prestou seu juramento de posse nesta sexta-feira (10) para um terceiro mandato consecutivo, em meio a acusações de fraude e isolamento internacional, mas com o apoio dos militares e dos demais poderes do Estado.

"Juro" que "este novo mandato presidencial será um período de paz", prometeu o presidente diante do presidente do Parlamento, o chavista Jorge Rodríguez. "Está investido no cargo de presidente constitucional", respondeu o líder legislativo.

A posse acontece um dia depois de uma marcha da oposição ter terminado com a denúncia de uma breve prisão de sua líder María Corina Machado, que o governo negou, enquanto o plano de Edmundo González Urrutia de tomar posse torna-se cada vez mais improvável.

Maduro mobilizou seus apoiadores na quinta-feira, pedindo que "saíssem às ruas aos milhões" para sua posse. "No dia 10, juro com Maduro pelo futuro", dizem placas gigantes com o rosto do presidente.

Fechamento de fronteira
Centenas de agentes de segurança fortemente armados foram mobilizados ao redor do Legislativo e de outros poderes públicos no centro de Caracas. Ruas foram bloqueadas, há mais postos de controle policial e soldados em cada esquina, todos fortemente armados. As lojas estão abertas, mas o movimento é baixo.

As autoridades anunciaram nesta sexta-feira que a fronteira terrestre e espaço aéreo com a Colômbia ficariam fechados em resposta a uma suposta "conspiração internacional".

Denúncias de planos para derrubar Maduro são frequentes, sendo a Colômbia e os Estados Unidos geralmente os acusados.

Washington, que nega qualquer conspiração, apoiou Gonzalez Urrutia, que visitou a Casa Branca esta semana. O presidente eleito americano Donald Trump se referiu a ele na quinta-feira como "presidente eleito".

O líder da oposição está na República Dominicana, última parada de uma viagem internacional que terminaria em um voo privado para Caracas para tentar tomar posse como presidente. Não há informações sobre essa ou qualquer outra estratégia.

O governo alertou que o trataria como "invasor" se tentasse entrar sem autorização.

Breve prisão
"Não temos medo!", declarou Machado a seus apoiadores após sair da clandestinidade para participar de um protesto contra a posse de Maduro.

Após o discurso, foi embora de moto. Poucos minutos depois, uma confusão começou com a notícia de sua prisão, que o governo chamou de "invenção" e "mentira". Mais tarde, sua equipe política relatou que ela foi "detida à força" e depois liberada. A promotoria chamou de "operação psicológica".

"Se a decisão fosse prendê-la, ela já estaria presa", disse o ministro do Interior, Diosdado Cabello.

O incidente foi amplamente condenado internacionalmente. Machado anunciou nas redes sociais que explicaria nesta sexta-feira o que aconteceu "e o que está por vir".

Reforma constitucional
No poder desde 2013, apadrinhado pelo falecido Hugo Chávez, Maduro governa com mão de ferro e apoio das Forças Armadas. É considerado "ditador" por seus detratores.

González Urrutia pediu que os militares o reconhecessem, mas a hierarquia jurou "lealdade absoluta" a Maduro.

"O setor militar é ainda mais crucial do que era antes das eleições para decidir se o governo de Maduro permanece ou se uma transição é possível", disse à AFP Mariano de Alba, advogado especialista em relações internacionais.

Para seu próximo mandato de seis anos, propõe uma "grande reforma" na Constituição, com a aprovação de novas leis que, segundo especialistas, minam as liberdades.

Também promete recuperação econômica, depois de passar grande parte de seus 12 anos no poder em recessão, alta inflação e escassez.

Mais de sete milhões de venezuelanos fugiram da crise, segundo a ONU.

No horizonte, há possíveis novas sanções com a chegada de Trump, que impôs um embargo de petróleo durante seu primeiro governo.

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