IMUNIZAÇÃO

Estoque de vacinas deve garantir segunda dose da CoronaVac em Pernambuco

Mesmo com adiamento da segunda aplicação, infectologista afirma que eficácia da vacina se mantém

Vacinação contra a Covid-19 com a Coronavac está comprometida em alguns municípiosVacinação contra a Covid-19 com a Coronavac está comprometida em alguns municípios - Foto: Prefeitura de Igarassu

O Governo de Pernambuco orientou, nessa segunda-feira (26), por meio da Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE), que todas as doses de CoronaVac disponíveis nos municípios sejam utilizadas, prioritariamente, para garantir a segunda aplicação em suas respectivas populações. A recomendação vem após o Estado receber, na última sexta (23), quantitativo de vacinas muito abaixo do esperado na remessa enviada pelo Ministério da Saúde (MS) e do ministro, Marcelo Queiroga, admitir, nesta segunda, que há "dificuldade" no fornecimento de vacinas para aplicação da segunda dose do imunizante.

Segundo a superintendente de Imunização da SES-PE, Ana Catarina de Melo, Pernambuco deveria ter recebido 120 mil doses da CoronaVac e, no entanto, recebeu apenas 28 mil, o que representa 23% da estimativa inicial. "Todos os municípios que ainda têm estoque em Pernambuco deverão utilizar essas doses como segunda dose, já que o Ministério da Saúde não fez o repasse completo das doses necessárias para utilização de primeira e segunda dose”, comentou.  

De acordo com a campanha de imunização, a segunda aplicação da vacina deveria ser administrada, originalmente, em um intervalo entre 21 e 28 dias após a primeira. Mas, como explica a superintendente da SES, o adiamento da segunda dose não implica em redução ou perda da eficácia do imunizante. “É importante reforçar que o indivíduo que recebeu a primeira dose não perderá essa dose. À medida que cheguem mais vacinas, será finalizado o esquema, sem perda de eficácia do imunizante", frisou. 

Infectologista do Hospital Oswaldo Cruz, Filipe Prohaska também destaca que o atraso, apesar de não ser o ideal, não compromete o resultado da vacinação. “O fato de você ter uma demora maior da segunda dose não faz com que você perca o efeito da primeira dose. A pressa que se tinha para se fazer duas doses é para ter uma proteção mais rápida e mais precoce”, disse. Segundo o médico, a primeira aplicação já garante um grau de proteção, que será realmente efetivada com o fechamento do esquema vacinal: “O fato de essas duas doses serem dadas em 30 dias ou em 90 não muda a eficácia da vacina, o que muda é o tempo que vai demorar para você ficar protegido”.

Com a quantidade abaixo do estimado enviada pelo Ministério de Saúde, alguns municípios pernambucanos já suspenderam a vacinação com a CoronaVac. É o caso de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, Lagoa de Iatenga, na Zona da Mata Norte, e Petrolina, no Sertão. “Tão logo o município receba mais doses, a população de idosos será convocada para que sejam imunizados por completo”, informou a Secretaria de Saúde de Petrolina  em nota.

A Secretaria de Saúde do Jaboatão dos Guararapes, também em nota, explicou ter estoque para a segunda dose da vacina CoronaVac suficiente até esta sexta para o público-alvo a partir dos 60 anos de idade. “Isso é possível porque 30% das doses entregues nas 8ª e 9ª remessas foram reservadas para a D2 [segunda dose] de quem foi vacinado até o dia 9 de abril”, diz o texto. Já a Secretaria de Saúde de Olinda afirmou que município ainda vai contabilizar o estoque do imunizante, mas garante que todos aqueles que já receberam a primeira dose da Coronavac estão com a segunda garantida. “A estratégia para vacinação com o imunizante CoronaVac foi feita de forma responsável, garantindo a aplicação da segunda dose naqueles que já receberam a primeira”, disse em nota. 

De acordo com o último boletim divulgado pela SES, Pernambuco aplicou, até esta segunda, 1.867.984 doses da vacina contra a Covid-19, das quais 1.297.212 foram primeiras doses. Segundo o órgão, a previsão é de que o Estado receba uma nova remessa de vacinas da CoronaVac em maio. 

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