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meio ambiente

Estudo alerta para consequências 'irreversíveis' com aquecimento acima de 1,5ºC

O estudo responde a uma pergunta cada vez mais recorrente diante do atraso dos países em reduzir suas emissões de gases de efeito

Um estudo publicado pela revista científica Nature Geoscience sugere que o risco de elevação do nível do mar, em decorrência do aquecimento global, pode ser ainda maior do que as projeções atuais indicamUm estudo publicado pela revista científica Nature Geoscience sugere que o risco de elevação do nível do mar, em decorrência do aquecimento global, pode ser ainda maior do que as projeções atuais indicam - Foto: Jonathan Nackstrand / AFP

Se o clima no planeta esquentar mais do que 1,5 ºC, o limite que os cientistas consideram mais seguro, as consequências serão "irreversíveis" para a humanidade, ainda que o limite seja reduzido temporariamente, concluiu um estudo publicado nesta quarta-feira (9) na revista científica Nature.

O estudo, realizado por 30 cientistas durante três anos, responde a uma pergunta cada vez mais recorrente diante do atraso dos países em reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.

Visto que o limite de 1,5 °C, estabelecido pelo Acordo de Paris, às vezes parece comprometido, não deveríamos nos resignar a ver este limite superado durante algumas décadas?

"Não", responderam taxativamente os cientistas que assinam o estudo. Um cenário deste tipo, alertaram, poderia ter consequências "irreversíveis", que se estenderiam por milhares de anos.

Se a temperatura média aumentar mais que 1,5 ºC, seriam alcançados "pontos de inflexão", como o degelo do permafrost e da turfa, dois imensos depósitos de carbono que, se desaparecerem, liberariam volumes enormes de gases de efeito estufa que, por sua vez, aqueceriam o planeta.

Se o limite de 1,5 °C for superado durante um século, o nível do mar também poderia subir outros 40 centímetros, o que representaria uma ameaça para os países insulares, alertaram os autores.

"Mesmo que conseguíssemos baixar as temperaturas, o mundo em que vivemos não seria mais o mesmo do que se não tivéssemos superado o limite", explicou Carl-Friedrich Schleussner, pesquisador do instituto internacional de análise de sistemas aplicados, com sede na Áustria, que chefiou a equipe de pesquisadores.

Segundo as Nações Unidas, os compromissos climáticos assumidos pelos países levarão a um aquecimento global de quase 3 ºC em 2100 com relação à era pré-industrial.

As emissões de gases de efeito estufa se aproximam de um ponto máximo, e os países ainda não começaram a reduzi-los, apesar de que deveriam baixá-los para quase a metade até 2030 se quiserem se manter dentro do limite de 1,5 ºC.

Mas este objetivo só seria um passo rumo à neutralidade de carbono em 2050, quando os sumidouros naturais de carbono e a tecnologia absorverem tantos gases de efeito estufa quanto os emitidos pelas atividades humanas.

Diante desse atraso, alguns cientistas e políticos consideram inevitável que se supere o limite de 1,5 ºC.

O Acordo de Paris, adotado pela comunidade internacional em 2015, busca manter o aquecimento global abaixo de 2 °C - e, se possível, limitá-lo a +1,5°C - com relação à era pré-industrial.

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