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Finanças

Estudo aponta aumento de 97% nos empréstimos pessoais para procedimentos estéticos

As redes sociais servem de gatilhos para população investir na 'busca pela beleza'

Foto: Pixabay.com

Uma pesquisa realizada na universidade americana Boston Medical Center aponta que os filtros utilizados nas redes sociais estão modificando a relação que temos com nossa aparência e têm servido de gatilho para a procura de procedimentos estéticos por parte da população mundial.

A onda dos ‘filtros’, que teve início por volta de 2011, com uma rede social americana, foi incorporada cada vez mais no dia a dia de quem utiliza as redes. Com a pandemia e o aumento de chamadas de vídeo, isso se intensificou.

Com o sucesso inegável dos filtros, muitas pessoas passaram a procurar clínicas de procedimentos estéticos no intuito de tornar real aquela aparência que só podia ser obtida através das telas dos celulares. Junto ao movimento, figuras públicas como blogueiros(as) e artistas também passaram a adotar procedimentos como a harmonização facial, e divulgar os resultados na internet.

Dentre as principais solicitações estão modificações na pele para retirada de manchas, nariz mais fino, aumento no tamanho da boca e arqueamento da sobrancelha. Alguns resultados, segundo especialistas, são impossíveis de ser conquistados através dos procedimentos estéticos, mas há quem insista.

Essa insistência e inquietude abrem portas para o Transtorno Dismórfico Compulsivo (TDC). Como em uma pesquisa feita no ano de 2019, que estima que cerca de 2% da população brasileira apresentava o quadro.

O transtorno, que envolve um grave comportamento compulsivo com a aparência, é desenvolvido através de características como a baixa autoestima e uma visão comprometida da realidade. Portanto, é preciso ter cuidado com qualquer tipo de compulsão e se contentar com a realização de procedimentos seguros e recomendados por especialistas, para que essa ‘busca pela beleza’ seja tratada como algo saudável.

Mas em um momento de crise econômica e corte de gastos, como arcar com os valores caros cobrados em clínicas de estética? Foi nesse cenário que a última edição do Índice FinanZero de Empréstimos (IFE) registrou um aumento de 97% nas solicitações de empréstimos pessoais para realização de procedimentos estéticos. Os empréstimos pessoais, que já são uma realidade na vida de milhões de brasileiros, tornam possível para o cidadão obter uma renda extra para alguma necessidade imediata, e pagar de forma parcelada. 

Seja pela necessidade de buscar o ideal de beleza ou até pela facilidade cada vez maior para obter cotação de empréstimos online, possibilitada pelas fintechs, a verdade é que o número de pessoas que procuram o benefício para adquirir um dinheiro imediato é cada vez maior, seja para procedimentos estéticos, ou outras razões.

Este crescimento na procura por empréstimos pessoais para realização de procedimentos estéticos é intensificado ainda mais, uma vez que os planos de saúde nem sempre cobrem este tipo de procedimento. Segundo decreto do Supremo Tribunal Federal, os planos não têm a obrigação de arcar com as cirurgias que não estão incluídas no rol da Agência Nacional de Saúde (ANS).

Aliado a isso, o Brasil, segundo relatório da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), é líder no ranking mundial de cirurgias plásticas no rosto. Só os brasileiros são responsáveis por 12,4% das cirurgias deste tipo feitas em todo o planeta, superando grandes potências como Estados Unidos, Rússia, Japão e México, onde o poder aquisitivo da população é maior do que na América do Sul.

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