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Vacina

Estudo diz que Coronavac teve efetividade de 73,8% entre seus profissionais de saúde em São Paulo

Pesquisa foi realizada pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP com 20 mil profissionais desde o fim de janeiro

Coronavac, produzida pelo Butantan no BrasilCoronavac, produzida pelo Butantan no Brasil - Foto: Divulgação/Instituto Butantan

Um estudo do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP mostrou efetividade de 50,7% da vacina Coronavac depois da imunização em massa de seus profissionais de saúde, que incluiu 20 mil pessoas desde o fim de janeiro.

Ou seja, o número de casos de Covid-19 entre eles ficou na metade do que era previsto depois de duas semanas de aplicação de duas doses da Coronavac, mostrando que o imunizante do Instituto Butantan preveniu a doença entre boa parte de médicos, enfermeiros e funcionários do complexo.

E mais: a partir de cinco semanas, a queda chegou a 73,8%.

Os estudos de efetividade mostram o impacto da vacinação na vida real, com redução de casos, mortalidade ou hospitalizações por determinada doença em uma comunidade.

A pesquisa do HC comparou a curva de casos sintomáticos de funcionários do complexo hospitalar com a curva observada na cidade de São Paulo durante o mesmo período.

Antes da vacinação, as duas curvas seguiam o mesmo padrão: quando os casos de Covid-19 subiam na cidade, eles davam um salto também na comunidade do HC.

Depois da imunização, a situação mudou. Os números de casos seguiram aumentando exponencialmente na capital, no pior momento da epidemia. Mas no HC eles não acompanharam essa tendência. Pelo contrário.

Em números: quando a vacinação foi iniciada no HC, na terceira semana de janeiro, a cidade de São Paulo registrou 16,2 mil novos casos de Covid-19. O complexo hospitalar notificou 51 casos.

Duas semanas depois do esquema completo de vacinação, foram verificados 30 casos de infecção pelo coronavírus no HC. Se seguisse a curva da cidade, seriam 65 casos. Ou seja, a efetividade foi de 50,7%.

Cinco semanas depois, no fim de março, quando a epidemia explodia no Brasil, foram registrados 23,9 mil casos na capital paulista -e apenas 46 no HC-FMUSP, menos até do que em janeiro.

Se a tendência de crescimento na cidade neste momento se repetisse no Hospital das Clínicas, as ocorrências de Covid-19 dentro dele chegariam a 175. Com a vacinação, o número observado, portanto, foi 73,8% inferior.

"É um dado bem animador para a situação de epidemia que atravessamos", diz a infectologista Anna Sara Levin, do HC, que coordenou o estudo.

Ela ressalta que o estudo de efetividade avalia o que ocorre quando a imunização é feita na vida real. Nos estudos anteriores, de eficácia, feitos antes da aplicação generalizada da vacina, é avaliada a eficácia em condições específicas e consideradas ideais.

O estudo de efetividade no HC "é fundamental porque corrobora os resultados obtidos nos estudos clínicos do Instituto Butantan", diz ela.

A pesquisa também avaliou a ocorrência das variantes consideradas de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Dentre 142 amostras analisadas aleatoriamente, 67 foram identificadas como variantes, das quais 57 do Amazonas (P1), 5 do Reino Unido (B.1.1.7) e outras 5 que não puderam ser identificadas pelos métodos utilizados no estudo.

Os mutirões de vacinação no complexo do HC, que reúne oito institutos, foram realizados nos dias 18 e 21 de janeiro para a primeira dose, e em 14 e 16 de fevereiro, para a segunda.

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