Estudo indica baixa transmissão da Covid entre grávidas e bebês
Taxa de positividade do Sars-CoV2 é baixa entre gravidas e seus bebês, principalmente se o caso for leve, diz estudo
Há poucas possibilidades de que uma mulher grávida com Covid-19 transmita a doença para seu bebê, particularmente quando o caso é leve, indicou um amplo estudo publicado nesta quarta-feira (16).
"A taxa de positividade do Sars-CoV2 é baixa entre os bebês nascidos de uma mulher infectada" com o coronavírus, da ordem de 2%, resumiu este trabalho, publicado no British Journal of Medicine.
Este estudo é importante porque é um dos primeiros desta proporção que estabelece a questão da transmissão da Covid-19 por via intrauterina.
Tratou-se de uma meta-análise, que compilou os resultados de centenas de estudos pré-existentes, e que permite a priori tirar conclusões firmes.
Leia também
• Imunizar público infantil contra a Covid-19 é o principal desafio
• Casos de covid-19 aumentam em várias partes do mundo, alerta Opas
• Hong Kong enfrenta necrotérios lotados e falta de caixões por onda de Covid-19
Não se descarta que uma mulher grávida possa transmitir a doença para seu bebê, mas este é um fenômeno raro.
O percentual de 2% deve ser tomado com precaução porque apresenta variações em função das circunstâncias. É mais frequente que um bebê seja infectado quando a mãe sofreu a forma grave da covid, em particular quando há necessidade de hospitalização.
Nos casos de Covid grave, os especialistas recomendam que os bebês sejam sistematicamente submetidos a exames. Mas rejeitam por considerar pouco adequada "a separação do bebê e da mãe no nascimento" simplesmente porque a mãe testou positivo.
Tampouco há risco de transmissão do coronavírus pelo leite materno.
"Em seu conjunto, as conclusões deste estudo parecem tranquilizadoras", avalia, em editorial publicado na mesma revista, a cientista Catherine McLean Pirkle, que não participou do estudo.
Os dados deste mega-estudo são consideráveis, mas de qualidade desigual, adverte a pesquisadora. Em particular, não permitem esclarecer até que ponto os casos raros de Covid em bebês representam um risco grave para sua saúde.