Coronavírus

Estudo indica que testes e rastreamento são essenciais, mas insuficientes contra o vírus

Alguns países que conseguiram controlar a epidemia após uma primeira onda estão agora em apuros para evitar o ressurgimento da doença

TestesTestes - Foto: Roque de Sá/ Agência Senado

Os testes e o rastreamento de contatos são medidas essenciais para conter a circulação do coronavírus, mas devem atuar em conjunto com outras ações, afirmou um grupo de pesquisadores britânicos nesta quarta-feira (19).

Se aplicada com eficácia, a estratégia "diagnóstico-rastreamento-isolamento" pode reduzir a taxa de reprodução do vírus (chamada "R0") em 26%, concluiu essa equipe do Imperial College de Londres, que utilizou modelos matemáticos para analisar dados de estudos já publicados.

Essa taxa representa a média de pessoas infectadas por cada portador do vírus. Se for maior do que 1, a epidemia evolui, se for menor, retrocede.

Alguns países que conseguiram controlar a epidemia após uma primeira onda estão agora em apuros para evitar o ressurgimento da doença, com taxas maiores do que 1.

"Nossos resultados mostram que diagnosticar e rastrear pode reduzir a taxa de reprodução, mas só se for feito de forma eficaz e rápida", alertou em comunicado Nicholas Grassly, professor da Escola de Saúde Pública do Imperial College e principal autor do estudo, publicado na revista The Lancet Infectious Diseases. 

As condições são: testes realizados desde a aparição dos sintomas, resultados em 24 horas, isolamento dos contatos em 24 horas e identificação de pelo menos 80% das pessoas infectadas. Mas essas medidas estão longe de serem cumpridas na maioria dos países.

Na França, por exemplo, o período entre a aparição dos sintomas e o teste é de 3,5 dias em média e é preciso esperar pelo menos dois dias para obter os resultados, como nos Estados Unidos e Reino Unido.

No entanto, para os países que não estão tão longe dessas medidas - Coreia do Sul, Taiwan e Alemanha, por exemplo -, cumprir os critérios não bastará para reduzir a taxa de reprodução, segundo o estudo.

Desse modo, Grassly e seus colegas estimam por exemplo que seria necessário realizar diagnósticos semanais nos grupos de maior risco, como os profissionais da saúde e assistentes sociais, o que permitiria reduzir a "R0" em mais de 23%, de acordo com o estudo.

Veja também

Soldado dos EUA que entrou na Coreia do Norte se declara culpado de deserção
EUA

Soldado dos EUA que entrou na Coreia do Norte se declara culpado de deserção

Maduro pede a membros do governo que não aceitem eletrônicos de presente de Natal após ataques 
Maduro

Maduro pede a membros do governo que não aceitem eletrônicos de presente de Natal após ataques 

Newsletter