Estudo mostra relação entre o tamanho da barriga e maior risco de morte por câncer de próstata
A cada 10 centímetros a mais na circunferência abdominal em obesos faz com que o risco da doença fatal cresce 7%
Um novo estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Oxford mostra que o aumento da gordura na região da barriga está intimamente ligado ao aumento de câncer de próstata. A pesquisa, apresentada ao longo do Congresso Europeu de Obesidade e publicada no periódico BMC Medicine, mostra que a cada 10 centímetros a mais de circunferência abdominal o risco desse tipo de câncer cresce em 7%.
A análise — que consiste na reavaliação de duas dezenas de estudos que englobaram 2,5 milhões de homens – oferece números que apontam para o maior gravidade da doença, no geral, entre os que apresentam obesidade. Contudo, a medida da circunferência abdominal mostrou-se uma maneira específica de exemplificar o aumento da letalidade da doença. Estima-se, de acordo com os pesquisadores que 1,3 mil mortes por câncer de próstata poderiam ser evitadas anualmente no Reino Unido, onde o estudo foi realizado.
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A pesquisa, por exemplo, mostra que a cada cinco pontos acrescidos no cálculo do IMC, que leva em conta a altura e o peso, o aumento do risco de morte por câncer de próstata cresce 10%.
Os estudos que compõem essa pesquisa têm uma característica em comum: todos eles acompanharam os pacientes por longos anos. Ao longo do período, os diversos especialistas acompanharam os indicadores de saúde e, além dos diagnósticos e mortes em decorrência do câncer de próstata.
Embora as medidas para avaliar o que, de fato, configura o sobrepeso e a adiposidade tenham se alterado ao longo dos anos, manteve-se um achado: aumento de gordura corporal está associada à morte em decorrência desse câncer em específico.
Ao Globo, a pesquisadora Aurora Perez-Cornago, da Unidade de Epidemiologia do Câncer, da Oxford Population Health, afirmou que ainda não está clara a relação entre o aumento da severidade do câncer entre as pessoas com obesidade.
"Não sabemos exatamente a razão. Talvez ocorra por meio de algum mecanismo do corpo (que torne a doença mais letal). Ou então, pode ser algo ligado à demora do diagnóstico de homens com obesidade", afirmou.