MATA NORTE

Estuprador em série foi pego por mãe de criança durante abuso, mas não foi denunciado, diz polícia

Homem de 19 anos foi preso em Aliança, na Zona da Mata Norte de Pernambuco

Delegada Claudia Gonzaga concedeu coletiva de imprensa para detalhar a prisãoDelegada Claudia Gonzaga concedeu coletiva de imprensa para detalhar a prisão - Foto: Polícia Civil de Pernambuco/Divulgação

O homem de 19 anos, preso sob suspeita de estuprar duas primas de três anos e uma criança quando ela ainda tinha sete anos e morava com sua família, também teria praticado outros abusos contra menores, na cidade de Aliança, na Zona da Mata Norte de Pernambuco.

Além disso, de acordo com depoimentos recolhidos pela polícia, o suspeito já foi pego pela mãe de uma dessas crianças praticando o ato libidinoso.

Apesar disso ter acontecido em 2022, no entanto, o crime não havia sido reportado para as autoridades.

"A mãe dessa criança, que hoje em dia tem nove anos, mas, quando o crime aconteceu, ela tinha sete, contou em depoimento que pegou o homem durante um abuso, em cima da filha. Esse depoimento só chegou a nós agora, e deveria ter sido reportado naquela época", explicou a delegada da Delegacia de Polícia de Crimes contra Criança e Adolescente e Atos Infracionais (DPCCAI), Cláudia Gonzaga, em coletiva da imprensa, nesta segunda-feira (9).

De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco, há relatos de que o homem, ainda na adolescência, teria abusado de outras duas parentes.

"Relatos de quando ele era adolescente que ele já havia abusado de outras duas primas que iam eventualmente para Aliança. O tempo passou, e não tomaram nenhum tipo de atitude. Posteriormente, ele abusou dessas primas dele, e da outra criança que não tem parentesco, mas frequenta a casa", explicou Cláudia Gonzaga.

Segundo a corporação, que considera o homem um "estuprador em série", ele ainda registrou os abusos no próprio celular, onde guardou as imagens.

Com ele, também foram achadas 54 mídias de pornografia infantil de crianças desconhecidas. Na ação, foram apreendidos dois celulares.

A investigação começou com a Polícia Federal, que identificou a presença de pornografia infantil sob posse do suspeito em provedores de internet. 

"Depois, descobrimos que ele produzia pornografia infantil e praticava abusos. A gente conseguiu as imagens dessa pornografia que estava nas redes sociais. A partir disso, conseguimos identificar quem são as crianças, pelas roupas que usavam, e também em outras salvas no celular dele. Fomos às famílias identificar quem são essas crianças, vendo pelo ambiente em que estavam. A própria família, em depoimentos, também deixou claro que era ele, e, inclusive, era possível reconhecer a voz dele nos videos", disse a delegada.

Segundo depoimentos adquiridos pela polícia por parte das vítimas, o homem pedia que as crianças se despissem e fizessem poses enquanto ele as gravava.

"Além das primas e da criança de sete anos, havia outras imagens no celular dele. Algumas que eram baixadas da Internet e outras que ainda não conseguimos identificar quem eram", reiterou a delegada.

Ainda de acordo com a polícia, o indivíduo se aproveitava da proximidade com as crianças para praticar o crime.

"Ele usava essa proximidade. Praticava os atos na casa dos parentes, dos pais e da avó. Já era sabido dentro da família sobre o comportamento dele. Já encontraram pornografia infantil quando ele ainda era adolescente", explicou Cláudia Gonzaga.

O homem responde pelos crimes de estupro de vulnerável, produção e armazenamento de pornografia infantil. O que fica do caso como destaque para a delegada é a importância do papel da família no caso, que é de reportar.

"Esses crimes aconteciam dentro de casa. Numa distração dos responsáveis, ele filmava e armazenava esse conteúdo, com pessoas adultas dentro da casa, em outros cômodos. A família já sabia sobre o comportamento do indivíduo, mas não reportaram para a polícia, até a mãe que o pegou no ato. Ela não pode responder criminalmente, mas foi negligente, já que, ao não denunciar, você permite que aquele crime possa acontecer com outras pessoas. Se houver suspeita de outro abuso, reporte para a polícia porque isso pode evitar mais crimes", finalizou a delegada Cláudia Gonzaga.

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