"Eu sou condenado pelo resto da minha vida, tendo cadeia ou não", afirma João Victor
Réu disse ter chance de defesa pela primeira vez após o acidente
Réu acusado de provocar a colisão que matou três pessoas e feriu outras duas na Tamarineira, em novembro de 2017, João Victor Leal, de 29 anos, disse ser condenado pelo resto da vida, em depoimento no terceiro dia de seu júri popular, nesta quinta-feira (17).
“Eu sou condenado pelo resto da minha vida, tendo cadeia ou não”, disse o réu após afirmar que dois presidiários haviam recebido uma proposta de R$ 60 mil para matá-lo.
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No dia em que foi jurado de morte, recebeu a visita do pai, a quem contou do ocorrido. “Meu pai saiu e voltou e disse que era para eu ficar tranquilo, porque não ia acontecer nada comigo, só que já tinha acontecido: um acidente trágico onde morreram duas mulheres e uma criança, um homem ficou vivo, um pai de família, uma criança sequelada”, afirmou.
João Victor continuou o depoimento citando os efeitos causados nas famílias envolvidas no acidente.
“Porque só sendo um psicopata mesmo para viver com a mente tranquila ao saber que destruiu cinco famílias ao mesmo tempo de uma vez só, havendo morte, sequela, cadeia, sofrimento e perda para todas elas”, completou o réu.
“Passei cinco dias tentando me matar”, afirma réu
João Victor Leal ainda afirmou, durante o julgamento, que desejou se matar quando soube que iria a júri popular.
Ele afirmou que fez uso abusivo de drogas, dentro da prisão, com esse objetivo. “Passei cinco dias tentando me matar”, disse.
O réu também voltou a pedir perdão às vítimas do acidente e disse que preferia ter morrido a ter causado à colisão. “Causei danos impensáveis, machuquei muita gente, a sociedade. Eu preferia ter morrido. Eu daria minha vida vida hoje, sem nem pensar”, comentou.
“Nunca tive chance de me defender, tô tendo hoje, quatro anos e cinco meses depois”, completou