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EUA acusam Coreia do Norte de 'debochar' do Conselho de Segurança com disparos de mísseis

Coreia do Norte lançou cerca de 30 mísseis balísticos nos últimos dias, aumentando as tensões na península coreana

Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos Estados Unidos nas Nações UnidasLinda Thomas-Greenfield, embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas - Foto: Michael M. Santiago / Getty Images via AFP

Os Estados Unidos acusaram, nesta sexta-feira (4), a Coreia do Norte, que nos últimos dias lançou cerca de 30 mísseis balísticos e artilharia, escalando as tensões na península coreana, de "debochar" do Conselho de Segurança, onde conta com a proteção da China e da Rússia.

"A credibilidade deste Conselho está em risco", disse a embaixadora americana na ONU, Linda Thomas-Greenfield, que acusou China e Rússia, sem citar os dois países diretamente, de fazerem "tudo o possível para justificar as violações repetidas da Coreia do Norte", permitindo que Pyongyang "debochasse" do Conselho.

O Conselho de Segurança se reuniu, a pedido de vários países europeus e dos Estados Unidos, na tarde desta sexta-feira para analisar a situação na península coreana. O encontro, do qual também participaram as delegações da Coreia do Sul e do Japão, terminou com declarações dos membros permanentes, como os Estados Unidos, França e Grã-Bretanha, e outra dos dez não permanentes.

As ações norte-coreanas coincidem com exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, muito criticados por Pyongyang, que alertou Washington de "poderosas medidas de acompanhamento".

Thomas-Greenfield garantiu, no entanto, que os exercícios militares com a Coreia do Sul "não representam uma ameaça para ninguém" e reiterou a disposição do governo de Joe Biden a voltar à mesa de diálogo.

Mas a China, aliada mais próxima do regime de Pyongyang, e a Rússia, cujas relações com o Ocidente se deterioraram desde a invasão à Ucrânia, em fevereiro passado, culpam os Estados Unidos de provocar a Coreia do Norte.

A representante da Rússia, Anna Evstigneeva, culpou pelo "agravamento significativo" da situação na península coreana o "desejo de Washington de forçar Pyongyang a um desarmamento unilateral com o uso de sanções e a pressão".

O representante chinês, Zhang Jun, reiterou, por sua vez, o compromisso de Pequim de "manter a paz, a estabilidade e a desnuclearização" da península, bem como resolver os problemas através do "diálogo" e da "solução política".

Para o embaixador francês na ONU, Nicolas de Rivière, a "divisão do Conselho dá à Coreia do Norte a proteção para continuar com os seus atos de provocação", que "são uma ameaça para todos os seus membros". Além disso, ele instou o governo norte-coreano a retornar à mesa de negociações para concluir "uma desnuclearização completa, verificável e irreversível".

Antes da reunião, o secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou, por meio de seu porta-voz, sua "profunda preocupação" com o aumento das tensões entre os dois vizinhos e com o "aumento da retórica do confronto".

Escalada
A Coreia do Norte disparou 59 mísseis nos últimos dias. Um deles caiu perto das águas territoriais da Coreia do Sul, pela primeira vez desde o fim da guerra da Coreia, em 1953. 

Também lançou um míssil balístico intercontinental (ICBM) na manhã desta quinta, que aparentemente fracassou.

"Todo teste nuclear ou toda ação perigosa enfrentará uma resposta internacional rápida, robusta e unida", alertaram nesta sexta os chefes da diplomacia do G7, reunidos na Alemanha.

A Coreia do Norte disparou, ainda, uma carga de artilharia em uma zona de exclusão, disse nesta sexta o exército sul-coreano, que considerou o ato uma "clara violação" de um acordo de 2018 que deixava esta zona fronteiriça livre das hostilidades entre os dois países.

A Coreia do Sul, por sua vez, anunciou nesta sexta a mobilização de aviões furtivos após detectar 180 aviões caça norte-coreanos.

Em resposta a esta série de disparos, os Estados Unidos e Coreia do Sul ampliaram até o sábado as manobras aéreas conjuntas na zona, as mais importantes já mobilizadas por estes dois países, tachado por Pyongyang de "eleição errônea e muito perigosa".

Os especialistas indicam que Pyongyang está multiplicando seus testes em resposta às manobras militares de Seul e Washington, que alertam que o líder Kim Jong Un está preparando o sétimo teste nuclear do país.

Além de prorrogar esta operação até o sábado, o exército sul-coreano anunciou que na próxima semana realizará o exercício Taegeuk, manobras anuais para "melhorar o rendimento da transição em tempos de guerra".

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