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EUA ameaçado de paralisação orçamentária às vésperas do Natal

Se um acordo não for alcançado, as agências federais, os parques nacionais e diversos outros serviços começarão a fechar no sábado

O Capitólio dos EUAO Capitólio dos EUA - Foto: Allison Robbert / AFP

Os congressistas americanos se esforçam para evitar uma paralisação orçamentária nesta sexta-feira (20), após Donald Trump e Elon Musk criticarem um acordo bipartidário que manteria o governo em funcionamento até depois do Natal.

O financiamento das atividades do governo expira à meia-noite desta sexta-feira e a Câmara dos Representantes liderada pelos republicanos precisa encontrar uma solução a curto prazo para substituir um pacote que parecia um acordo fechado antes da intervenção de Trump.

Se um acordo não for alcançado, as agências federais, os parques nacionais e diversos outros serviços começarão a fechar no sábado e 875.000 trabalhadores ficarão em licença sem remuneração.

Isso ocorre após uma semana intensa no Congresso, que começou com o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, apresentando um projeto de lei repleto de medidas não vinculantes para aumentar o orçamento.

Os conservadores expressaram imediatamente sua frustração com as emendas no texto de 1.547 páginas e Musk - um homem influente no novo governo de Trump em matéria de cortes de gastos federais - criticou o acordo.

"Que comece já" 
Trump deu o golpe fatal ao projeto ao declarar que exigia sua renegociação para eliminar grande parte dos gastos supérfluos e incluir a suspensão do teto de endividamento autoimposto pelo país por dois anos.

A nova demanda -que busca liberar Trump das negociações da dívida externa- pegou os republicanos de surpresa, que passaram a quinta-feira trabalhando para redigir um novo pacote que pudesse satisfazer os conservadores do gasto público, Trump, Musk e também seus rivais democratas.

A tarefa se tornou impossível. Os democratas se sentiram traídos pela retirada do acordo bipartidário e se mostraram indispostos a conceder seus votos enquanto dezenas de republicanos se rebelavam contra sua própria liderança.

"Se tiver que ocorrer uma paralisação do governo, que comece já, durante (o governo de Joe) Biden, e não com Trump. É um problema que Biden deve resolver, mas se os republicanos puderem ajudar, eles o farão", escreveu o presidente eleito nesta sexta-feira em sua rede Truth Social, em uma tentativa de evitar acusações de semear o caos.

"Farsa" 
"Durante décadas, o Partido Republicano deu lições aos Estados Unidos sobre responsabilidade fiscal, dívida e déficit. Sempre foi uma farsa", afirmou no plenário o líder da minoria democrata na Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries.

O vice-presidente eleito JD Vance culpou os democratas, alegando que "votaram para fechar o governo" em uma tentativa de frustrar a agenda de Trump, apesar de os republicanos serem maioria.

A falta de aprovação marcou a primeira derrota importante para Trump um mês antes de assumir o cargo, já que tanto ele quanto Musk haviam apoiado o plano revisado.

Trump deixou claro que deve haver uma paralisação se sua versão preferida de legislação orçamentária não for aprovada no Congresso e agora parece quase certo que isso acontecerá.

O gabinete orçamentário da Casa Branca já começou a comunicar às agências federais sobre uma possível paralisação, e os republicanos não parecem ter um caminho claro para elaborar um novo projeto de lei.

A aprovação do financiamento do governo federal sempre é complicada, mas os legisladores estão sob pressão desta vez porque não conseguiram chegar a um acordo sobre os orçamentos para todo o ano de 2025, apesar de meses de negociações.

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