EUA anuncia venda para Taiwan de R$ 3,2 bi em munição para F-16
Taiwan mantém um governo autônomo por décadas, mas Pequim considera a ilha parte de seu território
Os Estados Unidos aprovaram a venda para Taiwan de munição para aviões de combate F-16 no valor de US$ 619 milhões (em torno de R$ 3,2 bilhões) — informou o Pentágono, uma medida que, conforme reação da China nesta quinta-feira (2), "prejudica gravemente" as relações entre Washington e Pequim.
O pacote inclui mísseis de alta velocidade 100 AGM-88B (HARM) e mísseis ar-ar avançados de médio alcance 200 AIM-120C-8 (AMRAAM), além de lançadores e mísseis de treinamento, disse o Pentágono em um comunicado.
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A venda aumentará as capacidades de Taiwan para a "defesa de seu espaço aéreo, segurança regional e interoperabilidade com os Estados Unidos", acrescentou o comunicado.
Este anúncio acontece em meio às já elevadas tensões entre Estados Unidos e China sobre Taiwan e pela derrubada de um balão que sobrevoou o espaço aéreo americano e foi considerado por Washington como um dispositivo de vigilância chinês.
Taiwan mantém um governo autônomo por décadas, mas Pequim considera a ilha parte de seu território.
Em outro comunicado, o Departamento de Estado disse que a venda está de acordo com as posições tradicionais de Washington sobre Pequim e Taipei.
"O apoio dos Estados Unidos a Taiwan e os passos que Taiwan toma para melhorar suas capacidades de autodefesa contribuem para a manutenção da paz e da estabilidade ao longo do Estreito de Taiwan e na região", acrescentou esse departamento.
Nesta quinta-feira, a China condenou a iniciativa, que "prejudica gravemente a soberania e os interesses de segurança da China e prejudica gravemente as relações sino-americanas e a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan", disse o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Mao Ning.
"A China continuará tomando medidas poderosas e determinantes para defender, com firmeza, sua soberania e seus interesses de segurança", acrescentou.
Já Taipé comemorou a primeira venda de armas anunciada pelos Estados Unidos este ano, e a nona sob a presidência de Joe Biden.
"Diante da contínua expansão militar e do comportamento provocador da China, Taiwan continuará melhorando ativamente suas capacidades de defesa", declarou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Taiwan, Jeff Liu.